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- Está quase na mesma temperatura de um banho morno –
continuou Tolland. - Vejam só. - Ele accionou um interruptor
na grade.
Um grande arco de luz se espalhou pela água atrás do navio,
iluminando-a por dentro como uma piscina acesa à noite.
Rachel e Corky engoliram em seco ao mesmo tempo.
A água em torno do navio estava cheia de sombras
fantasmagóricas.
Poucos metros abaixo da superfície iluminada, um exército de
formas escuras e esguias nadava em paralelo contra a
corrente, com suas inconfundíveis cabecas em formato de
martelo balancando de um lado para o outro, como se
estivessem acompanhando algum ritmo pré-histórico.
- Meu Deus, Mike - gaguejou Corky. - Que bom que você nos
mostrou essa coisa linda.
Rachel ficou paralisada com aquela visao. Queria sair
correndo dali, mas nao conseguia se mover.
- Eles sao incríveis, nao? - disse Tolland, passando o braco
pelos ombros dela. -Vao ficar circulando nessa área quente
durante semanas.
Esses caras têm o melhor olfacto dos mares, possuem lobos
olfativos telencefálicos superdesenvolvidos. Podem sentir o
cheiro de sangue a uma milha de distancia.
Corky ficou olhando para ele, desconfiado.
- Lobos olfativos telencefálicos superdesenvolvidos?
- O que, nao está acreditando? - Tolland comecou a remexer
numa caixa de alumínio próxima ao local onde estavam.
Pouco depois, tirou de dentro um peixe pequeno e morto. -
Perfeito. - Pegou uma faca lá dentro e fez alguns talhos no
peixe, que comecou a pingar sangue.
- Mike, pelo amor de Deus - disse Corky. - Isso é nojento.
O oceanógrafo jogou o peixe ensanguentado no mar. Assim
que bateu na água, seis ou sete tubaroes arremessaram-se
em sua direccao, numa disputa feroz, suas fileiras de dentes
brancos arrancando pedacos do peixe sangrento. Em poucos
instantes nao havia mais nada.
Horrorizada, Rachel virou-se para Tolland, que já estava com
outro peixe nas maos. Mesmo tipo, mesmo tamanho.
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