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CAPíTULO 101
Do helicóptero já era possível ver a silhueta do Goya
crescendo no horizonte. A cerca de um quilómetro, Tolland
podia distinguir as fortes luzes do convés que Xavia havia
sabiamente deixado acesas.
Sentiu-se como um viajante cansado chegando em casa.
- Eu achei que você tinha dito que só havia uma pessoa a
bordo – disse Rachel, surpresa ao ver tantas luzes.
- Você nao acende a luz quando está sozinha em casa? - Só
uma, nao a casa inteira.
Tolland sorriu. Apesar de Rachel tentar parecer
despreocupada, ele podia sentir que ela estava extremamente
apreensiva. Michael queria abracá-la e reconfortá-la, mas
sabia que nao havia nada que pudesse dizer para ajudar. - As
luzes ficam acesas por seguranca. Elas fazem com que o
barco pareca estar em plena actividade.
- Com medo de piratas, Mike? - perguntou Corky, rindo.
- Nao, o maior perigo, na verdade, sao os idiotas que nao
sabem interpretar o que vêem no radar. A melhor defesa
contra uma colisao é fazer com que todos possam avistar seu
barco.
Corky apertou os olhos para enxergar melhor o barco.
- Ver o barco? Aquilo lá parece uma festa de réveillon num
cruzeiro.
Obviamente a NBC tem pago a sua conta de eletricidade.
O helicóptero da Guarda Costeira reduziu a velocidade e voou
em torno da embarcacao, manobrando em direccao ao
heliponto que ficava na popa. Mesmo lá de cima, Tolland
podia ver a forte corrente puxando o navio.
Ancorado pela proa, o Goya estava a favor da corrente,
tensionando sua enorme amarra como se fosse uma besta
aprisionada.
- é realmente lindo - disse o piloto, rindo.
Tolland sabia que o comentário era sarcástico. O Goya era
feio. "Esquisitao", segundo o comentário de um jornalista.
Com casco duplo e pequena área de contacto com a água,
ele tinha todas as vantagens de ser uma das 17 embarcacoes
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