----------------------- Page 178-----------------------
CAPíTULO 41
Norah Major estava de pé, próxima ao poco de extraccao, ao
lado de Tolland, Rachel e Corky. Ela olhava para o buraco
escuro de onde tinha saído o meteorito.
- Mike, você tem um lindo rosto, mas está maluco. Nao há
luminescência alguma aqui.
Tolland lamentava nao ter se lembrado de filmar aquilo.
Enquanto Corky tinha ido buscar Norah e Ming, a
bioluminescência comecara a desaparecer bem rápido. Em
poucos minutos havia sumido completamente.
Tolland jogou outro pedaco de gelo no poco, mas nada
aconteceu. Nenhum brilho esverdeado na água.
- Mas aonde eles foram? - perguntou Corky.
O oceanógrafo tinha uma tese. Bioluminescência - um dos
mecanismos de defesa natural mais engenhosos - era uma
resposta do plancton quando estava em apuros. Ao sentir que
corria o perigo de ser engolido por um organismo maior, o
plancton comecava a piscar, na esperanca de atrair
predadores ainda maiores que afugentassem aquele que os
ameacava. Neste caso, o plancton, tendo penetrado no poco
através de uma fenda, viu-se em um ambiente composto
sobretudo por água doce e gerou a bioluminescência
por panico, enquanto a água doce lentamente o matava.
- Creio que morreram - disse Tolland.
- é, foram assassinados - disse Norah, desdenhosa. - O
coelhinho da Páscoa entrou aí e comeu todos eles.
Corky olhou para ela, irritado.
- Norah, também vi a luminescência.
- Isso foi antes ou depois de tomar LSD?
- Por que mentiríamos para você? - perguntou Corky.
- Sei lá. Homens mentem.
- Sim, tudo bem, mentimos a respeito de outras mulheres,
mas nunca sobre plancton bioluminescente.
Tolland suspirou.
- Norah, você certamente sabe que há plancton vivo sob o
gelo.
Dan_Brown_-_A_conspirao 178