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estivessem tao cansados quanto ele, certamente estariam na
área de repouso, tirando uma soneca antes do grande
momento. Mais à frente, ele viu o círculo de cones colocados
em volta do poco de extraccao. O espaco vazio do domo
acima dele parecia ecoar vozes de memórias distantes.
Tolland tentou nao lhes dar ouvidos.
Nao dê atencao aos fantasmas, pensou consigo mesmo.
Muitas vezes eles voltavam, em momentos como aquele, em
que estava cansado 'ou sozinho - momentos de triunfo ou
celebracao pessoal. Ela deveria estar com você agora, ouviu
a voz dizer-lhe. Sozinho na escuridao, sentiu-se puxado
em direccao às lembrancas que queria esquecer.
Célia Birch tinha sido sua namorada na época da faculdade.
Num Dia dos Namorados, Tolland a levou ao restaurante
predilecto dela. Conforme o combinado, na hora da
sobremesa, o garcom trouxe numa bandeja uma rosa
e um anel de diamantes para Célia. Com lágrimas nos olhos,
ela disse uma única palavra que deixou Tolland imensamente
feliz: "Sim."
Os dois compraram uma casa pequena, perto de Pasadena,
onde Célia tinha arranjado emprego como professora de
ciências. Apesar do salário modesto, já era um comeco. A
casa também era próxima ao Instituto Scripps de
Oceanografia, em San Diego, onde Tolland conseguira o
trabalho de seus sonhos a bordo de um navio de pesquisas
geológicas.
Por conta disso, Tolland precisava passar dias longe de casa,
mas seus reencontros com Célia eram sempre apaixonados e
empolgantes. Enquanto estava longe, no mar, ele comecou a
fazer vídeos de suas aventuras para Célia, criando
minidocumentários de seu trabalho. Após uma determinada
viagem, ele voltou com um vídeo caseiro granulado que
gravara de dentro de um submersível de pesquisa em águas
profundas.
Era a primeira filmagem já feita de uma estranha lula
quimiotrópica até entao desconhecida. Enquanto narrava as
imagens que filmava, Tolland quase nao cabia dentro daquele
pequeno submarino, tamanha era sua animacao.
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