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luar. Na base das montanhas abria-se uma extensa planície
gelada. O plato se espalhava graciosamente por cerca de 15
quilometros na direccao do oceano, terminando abruptamente
em uma escarpa de puro gelo que caía verticalmente até
encontrar o mar.
Foi entao que ela viu algo completamente inesperado,
diferente de tudo o que já vira na face da Terra. Primeiro
pensou que fosse o luar refletido, criando uma ilusao de
óptica. Olhou atentamente para os campos enevoados, sem
conseguir entender o que estava vendo. Quanto mais o aviao
descia, mais clara a imagem se tornava.
Meu Deus, o que é isso?
O plato abaixo deles era listrado... como se alguém tivesse
pintado a neve com três grandes estrias de tinta prateada. As
faixas brilhantes corriam paralelas ao penhasco costeiro. Só
quando o aviao ficou a menos de 500 pés do solo a ilusao se
desfez. As três faixas prateadas eram vales profundos, cada
um com cerca de 30 metros de largura. Eles haviam se
enchido de água que, ao congelar, formara largos canais
prateados que se estendiam, paralelos, através do plato. As
elevacoes brancas entre eles eram barragens de neve.
Quando desceram mais na direccao do plato, o aviao
comecou a dar solavancos, atravessando uma forte
turbulência. Rachel ouviu o trem de pouso travando com um
som metálico, mas nao estava vendo nenhuma pista de
pouso. Enquanto o piloto lutava para manter a aeronave sob
controle, ela encostou o rosto no vidro do cockpit e viu duas
linhas de luzes piscantes delimitando uma faixa de gelo ao
longe. Em panico, entendeu o que o piloto estava tentando
fazer.
- Vamos aterrar no gelo? - perguntou.
Ele nao respondeu. Estava concentrado em controlar o jacto.
Rachel sentiu suas entranhas se revirarem quando o F-14
desacelarou e desceu em direccao ao canal de gelo. De
ambos os lados do aviao erguiam-se paredes de neve. Ela
prendeu a respiracao, consciente de que um erro mínimo
naquele estreito canal significaria morte certa. Sacudindo