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- Ralph Sneeden, do Washington Post - disse o repórter. -
Posso lhe fazer algumas perguntas?
O senador sorriu, limpando gentilmente a boca com um
guardanapo.
- é um prazer, Ralph. Mas, por favor, nao demore. Nao quero
que meu café esfrie. O repórter riu, como previa o script.
- Claro, senhor. - Ele tirou do bolso um minigravador e ligou-o.
- Senador, sua propaganda na televisao diz que sao
necessárias leis para garantir igualdade salarial para as
mulheres no mercado de trabalho, assim como cortes nos
impostos para as famílias recém-formadas.O senhor pode
explicar o que pretende com essas propostas?
- Claro. Sou um grande fa de mulheres fortes e de famílias
fortes.Rachel quase se engasgou com o croissant.
- Ainda a respeito das famílias - prosseguiu o repórter -, o
senhor tem falado muito sobre a importancia da educacao e
até propos alguns cortes orcamentários polêmicos para que
mais recursos sejam destinados às escolas.
- Acredito que nosso futuro está nas criancas de hoje.
Rachel nao podia acreditar que seu pai estivesse recorrendo
àquele tipo de lugar-comum.
- Uma última pergunta, senhor - disse o repórter. - Os
resultados das pesquisas indicam um enorme avanco de sua
candidatura nas últimas semanas. O presidente deve estar
preocupado. Algo a dizer sobre esse recente sucesso?
- Acredito que tenha a ver com confianca. Os americanos
estao comecando a perceber que o presidente nao é confiável
o bastante para tomar as duras decisoes necessárias para
garantir o futuro desta nacao. Os gastos descontrolados do
governo estao afundando o país em uma dívida cada vez
maior, e o povo parece ter compreendido que chega de
gastar, é hora de reformar.
O alarme do pager de Rachel disparou, interrompendo
providencialmente a retórica do pai. O irritante bipe eletronico
que sempre a perturbava soava agora quase como uma
melodia.
O senador lancou-lhe um olhar de indignacao por ter sido
interrompido.
Dan_Brown_-_A_conspirao 8