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- Queria lhe propor uma coisa - disse o senador.
- Deixe-me adivinhar - respondeu Rachel, tentando retomar
sua vantagem. - Algum divorciado de grande prestígio à
procura de uma jovem esposa?
- Nao se iluda, querida. Você já nao é assim tao jovem.
Rachel teve a sensacao de estar diminuindo, o que muitas
vezes acontecia em seus encontros com o pai.
- Quero lhe dar uma chance, quero lhe oferecer um porto
seguro – ele disse.
- Há alguma tempestade vindo na minha direcao?
- Na sua, nao. Mas no caminho do presidente, sim. E acho
melhor você se afastar dele enquanto há tempo.
- Acho que já tivemos essa conversa, nao é?
- Pense em seu futuro, Rachel. Venha trabalhar comigo.
- Espero que nao tenha me chamado aqui só por causa disso.
O verniz da calma aparente do senador se desfez quase
imperceptivelmente.
- Rachel, você nao vê o quanto o fato de estar trabalhando
para ele repercute negativamente para mim e para minha
campanha?
Ela suspirou. Os dois já haviam conversado sobre aquilo.
- Pai, eu nao trabalho para o presidente. Eu nunca encontrei o
presidente. Eu nem trabalho em Washington, você sabe
disso!
- Política é a arte da percepcao, Rachel. Para quem olha,
parece que você trabalha para o presidente.
Ela respirou fundo, tentando manter a calma.
- Pai, dei duro para conseguir esse emprego e nao vou pedir
demissao.
Os olhos do senador se fixaram nela.
- Você sabe, tem horas em que sua atitude egoísta é
realmente...
- Senador Sexton? - um repórter apareceu do nada e estava
agora de pé ao lado da mesa.
A postura de Sexton abrandou-se rapidamente. Rachel
resmungou algo e pegou um croissant da cestinha em cima
da mesa.
Dan_Brown_-_A_conspirao 7