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- Rachel! - seu pai finalmente desligou o telefone e levantou-
se para lhe dar um beijo na bochecha.
- Oi, pai - ela nao retornou o beijo.
- Você parece exausta.
Lá vamos nós de novo, pensou ela.
- Recebi seu recado. Aconteceu alguma coisa?
- Puxa! Agora preciso de uma razao para chamar minha filha
para tomar café comigo?
Rachel aprendera desde cedo que seu pai raramente a
chamava, a nao ser que tivesse algo específico em mente.
O senador tomou um gole de café.
- Entao, como vai sua vida?
- Ando ocupada. Vejo que sua campanha está indo bem.
- Ah, nao vamos falar de negócios. - Sexton inclinou-se
ligeiramente sobre a mesa, baixando o tom de voz. - Como
vai aquele rapaz do Departamento de Estado que eu lhe
apresentei?
Rachel respirou fundo, já se controlando para nao olhar para
o relógio. A manha prometia ser longa.
- Pai, definitivamente nao tenho tempo de ligar para ele. E eu
gostaria muito que você parasse de tentar...
- Você precisa encontrar tempo para as coisas que realmente
importam, querida. Sem amor, tudo mais perde o sentido.
Uma enorme quantidade de respostas veio à sua mente, mas
Rachel preferiu se manter em silêncio.
- Pai, você queria me ver? Você disse que era importante.
- De fato é. - Ele estudou o rosto da filha atentamente.
Rachel sentiu parte de suas defesas se desfazer diante
daquele exame minucioso e amaldicoou o poder daquele
homem. O olhar do senador era a sua maior dádiva - grande o
suficiente para levá- lo até à Casa Branca. Seu domínio era
tamanho que conseguia ficar com os olhos cheios de lágrimas
quando desejava e, um instante depois, exibir um olhar
límpido, como se estivesse abrindo uma janela para sua alma
apaixonada, fortalecendo seus lacos de boafé com os outros.
"Confianca é tudo", seu pai sempre lhe dissera. Embora ele
houvesse perdido a confianca de Rachel há anos, agora
estava ganhando a de toda uma nacao.
Dan_Brown_-_A_conspirao 6