Em nota divulgada no dia 2 de novembro, a presidente eleita disse que a coordenação política da equipe de transição ficaria a cargo do vice-presidente eleito Michel Temer, do presidente do PT, José Eduardo Dutra, e dos deputados federais Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo. Seria uma equipe de cinquenta pessoas eminentemente técnica e todos os partidos da base aliada foram ouvidos.
Quanto ao anúncio dos ministros, Dilma disse em entrevista ao Jornal Nacional que isso seria feito em blocos e segundo critérios exclusivamente técnicos. Disse também que sua maior preocupação era manter a estabilidade econômica. No dia 3 de novembro, ela concedeu sua primeira entrevista no Palácio do Planalto e ressaltou que os critérios políticos não eram os mais importantes para escolha de ministros. Nesse pronunciamento, ela abordou vários assuntos, declarando que pretendia um aumento do salário-mínimo para 600 reais em 2011, que ainda necessitaria da CPMF, que não pactuaria com as invasões do MST, que iria dialogar com o Irã sem abrir mão da defesa dos direitos humanos, que daria combate à guerra cambial internacional e que previa crescimento de 8 por cento da economia no ano de 2011.
Na segunda semana de novembro, após uma breve folga, Dilma retornou ao trabalho com o compromisso de acompanhar o presidente Lula na reunião do G20, com os seguintes temas agendados: desenvolvimento, energia, proteção do ambiente marinho, mudança do clima e combate à corrupção. Embora ainda não fosse presidente, ela recebeu convite formal do governo da Coreia do Sul, país-sede do evento em 2010.
Em 10 de novembro, foram anunciados mais nomes para o gabinete de transição: Sinval Alan Ferreira da Silva, Ana Lúcia Ferreira dos Santos, Ênio Alves Vieira Filho, Georgina Fagundes, Jorge Luiz de Lima, Márcia Westphalen, Roberto França Stuckert Filho, Arílson Cavalcante Pereira, Christiane Araújo de Oliveira, Valdecir da Silva Ribeiro, Hildivan Freitas Ribeiro, Thaís Beserra de Andrade e Vanessa Rossana Vieira Maia.
Os novos nomes se integraram à equipe anunciada dias antes: Clara Levin Ant, que cuidou do banco de dados durante a campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República; Cleonice Maria Campos Dorneles, que foi assessora do gabinete da Casa Civil; Helena Maria de Freitas Chagas, ex-diretora de Jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC); Giles Carriconde Azevedo, ex-secretário-executivo adjunto da Casa Civil; Marly Ponce Branco, ex-assessora técnica da subchefia de anlise e acompanhamento de políticas governamentais da Casa Civil; Anderson Braga Dorneles, ex-assessor especial da Casa Civil; e Paulo Leonardo Martins.
Em 18 de novembro, o presidente do PT José Eduardo Dutra anunciou que o único ministério a ser criado no governo Dilma seria o da micro e pequena empresa.[137] A presidente eleita se reuniu com a equipe de transição, membros do governo e representantes da sociedade civil no Centro Cultural Banco do Brasil e anunciou que iria aumentar o número de beneficiados e o valor do bolsa-família, cobrindo 750 mil famílias com a inclusão de quem não possui filhos e ganha entre 70 e 140 reais. Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, disse que, para erradicar a pobreza, meta do governo Dilma, seriam necessários 21 bilhões de reais por ano, que deveriam ser aplicados não só em programas assistenciais, como também em saúde e educação.
Em 24 de novembro, foi anunciado que a presidente eleita escolheu Guido Mantega para o Ministério da Fazenda, Miriam Belchior para o Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini para a direção do Banco Central. Durante o anúncio oficial, Mantega fez seu primeiro pronunciamento dizendo que, agora que o país cresceu, é hora de o setor privado gastar mais e o goveno economizar. Declarou também que a meta do novo governo seria manter o crescimento da economia e a geração de emprego:[140]
Miriam Belchior também se pronunciou, ela disse que a meta era melhorar os gastos públicos e que é possível fazer mais com menos. Os investimentos deveriam se concentrar nas áreas de enfrentamento da miséria, em educação e saúde de qualidade, segurança e combate às drogas e em infraestrutura.
O novo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, completou a entrevista coletiva. Em seu primeiro pronunciamento, ele disse que teria total autonomia operacional e que sua meta era o controle da inflação, que não deveria ultrapassar a meta de 4,5 por cento ao ano. Para tanto, ele manteria a atual política de juros. Disse também que a missão do Banco Central seria assegurar o poder de compra da moeda.
Em 3 de dezembro, mais três ministros foram anunciados: Antonio Palocci para a Casa Civil, José Eduardo Cardozo para o Ministério da Justiça e Gilberto Carvalho para a Secretaria-Geral da Presidência. O novo ministro da Justiça disse que a meta do governo seria a segurança pública e também melhorar a vigilância de fronteiras, os serviços de inteligência e a Polícia Federal. Segundo ele, é preciso unir governadores e prefeitos no enfrentamento do crime organizado.
Em 6 de dezembro, Dilma confirmou a permanência de Nélson Jobim no Ministério da Defesa. Ele daria continuidade à Política Nacional de Defesa e ao reaparelhamento das Forças Armadas, bem como pressionaria o Congresso para aprovar a Estratégia Nacional de Defesa. Os militares foram favoráveis a Jobim porque ele se posicionou contra a revisão da Lei de Anistia.
Em 8 de dezembro, o senador Garibaldi Alves Filho foi confirmado para o Ministério da Previdência Social. Ele disse que era favorável ao fim do fator previdenciário, mas que não advogava uma reforma na previdência social e que o mais importante era um choque de gestão capaz de reduzir os gastos do INSS e eliminar seu déficit. No mesmo dia, a presidente Dilma escolheu outros dez ministros: o senador Edison Lobão para o Ministério de Minas e Energia; Wagner Rossi para o Ministério da Agricultura; o deputado Pedro Novais para o Ministério do Turismo; o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco para a Secretaria de Assuntos Estratégicos; a senadora Ideli Salvatti para o Ministério da Pesca; a deputada Maria do Rosário para a Secretaria de Direitos Humanos; Paulo Bernardo para o Ministério das Comunicações; Alfredo Nascimento para o Ministério dos Transportes; e a jornalista Helena Chagas para a Secretaria de Comunicação Social.
Em 15 de dezembro, mais quatro ministros foram anunciados: Antonio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores; Nélson Jobim, já confirmado anteriormente, para o Ministério da Defesa; Fernando Pimentel para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e Aloizio Mercadante para o Ministério da Ciência e Tecnologia. No dia seguinte, outros três ministros foram apresentados: Fernando Haddad para o Ministério da Educação, Carlos Lupi para o Ministério do Trabalho e Izabella Teixeira para o Ministério do Meio Ambiente.
No dia 20 de dezembro, Dilma oficializou mais sete nomes: Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde; Ana de Hollanda para o Ministério da Cultura; Tereza Campello para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Mário Negromonte para o Ministério das Cidades; Luiza Helena de Bairros para a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; Orlando Silva de Jesus Júnior para o Ministério do Esporte; e Luís Inácio Adams para a Advocacia Geral da União.
No dia 21 de dezembro, mais cinco ministros foram apresentados: Fernando Bezerra Coelho para o Ministério da Integração Nacional; General José Elito Carvalho Siqueira para o Gabinete de Segurança Institucional; Luiz Sérgio para a Secretaria de Relações Institucionais; Leônidas Cristino para a Secretaria Especial de Portos; e Jorge Hage para a Controladoria-Geral da União.Os dois últimos membros da equipe ministerial foram conhecidos em 22 de dezembro: Afonso Florence para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Iriny Lopes para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres