Um sinologista americano acredita que a cultura chinesa, baseada no confucionismo e que destaca valores éticos, passará a ser uma das convicções comuns da humanidade no século 21.

Guy Allito, professor de história da Universidade de Chicago, disse que a cultura chinesa é "flexível, abrangente e aberta a diversas culturas", por isso conta com vantagens únicas para tratar da "corrupção moral".

Allito, um pesquisador sobre o filósofo moral chinês Liang Shuming, explicou que o confucionismo tem foco em "códigos universalmente reconhecidos de ética que fica acima de todas as religiões", que é "relação harmoniosa entre as pessoas". Liang dedicou toda a vida buscando reavivar as morais tradicionais chinesas.

Allito acha que todas as sociedades estão preocupadas com crises morais que vêm se tornando mais agudas a medida em que a economia se desenvolve rapidamente, pois "o mundo é verdadeiramente unido no que se refere a tratar do impacto de modernização".

Recentemente, a morte de uma criança provocou preocupação nacional sobre a moralidade pública cada vez mais fraca na China.

Uma câmera capturou cenas nas quais mais de uma dúzia de pessoas que passavam pelo local não prestaram ajuda a uma criança atropelada.

Allito indicou que a recuperação da cultura tradicional chinesa deve ser adotada como um antídoto contra a corrupção moral quando a tradição se choca fortemente com a modernidade.

Além de questões morais, a filosofia tradicional chinesa pode ser uma solução para problemas ecológicos modernos, uma vez que ela promove a unidade do ser humano e da natureza