Parrish caminhou até a escultura e passou a palma da mão por cima do mar de letras cifradas.
— Grande parte deste código ainda precisa ser quebrado, e muitas pessoas acham que a mensagem pode estar mesmo relacionada a antigos segredos maçônicos.
Nola se lembrou de boatos sobre um vínculo entre a Kryptos e a Maçonaria, mas tendia a ignorar esse tipo de maluquice. Pensando bem, no entanto, ao olhar em volta para os vários componentes da escultura espalhados pela praça, percebeu que aquilo era um código em pedaços — um symbolon —, igualzinho à Pirâmide Maçônica.
Que estranho.
Por alguns instantes, ela quase pôde ver na Kryptos uma Pirâmide Maçônica moderna — um código em muitas partes, feito de materiais diferentes, cada qual com seu papel.
— Você acha que existe alguma possibilidade de a Kryptos e a Pirâmide Maçônica estarem escondendo o mesmo segredo?
— Vai saber? — Parrish lançou um olhar frustrado para a Kryptos. — Duvido que algum dia a mensagem toda venha a ser conhecida. Quer dizer, a menos que alguém convença o diretor a destrancar seu cofre e consiga dar uma espiadinha na solução.
Nola aquiesceu. Estava começando a se lembrar de tudo. Quando a Kryptos foi montada, o então diretor da CIA, William Webster, recebeu um envelope lacrado contendo a decodificação completa dos códigos da escultura. Ele trancou o envelope com a solução do enigma no cofre de sua sala. O documento supostamente continuava lá, depois de ter sido transferido de diretor para diretor ao longo dos anos.
Estranhamente, pensar em William Webster fez com que Nola recordasse mais uma parte do texto decifrado da Kryptos:
ESTÁ ENTERRADO LÁ EM ALGUM LUGAR.
QUEM PODERÁ SABER O LOCAL EXATO?
SOMENTE WW.