Langdon não se lembrava de estar correndo rumo ao altar quando o helicóptero surgiu lá em cima. Tampouco de ter pulado com os braços estendidos... lançando-se em direção ao homem de túnica preta... numa tentativa desesperada de derrubá-lo antes que pudesse desferir outro golpe com a faca.
Seus corpos colidiram e Langdon viu uma luz brilhante descer pela clarabóia, iluminando o altar. Esperava ver o corpo ensangüentado de Peter Solomon sobre a pedra, mas o peito nu resplandecente não exibia sangue nenhum... apenas uma tapeçaria de tatuagens. A faca jazia quebrada a seu lado, depois de ter sido aparentemente cravada na pedra em vez de em carne humana.
Quando os dois desabaram no chão duro, Langdon viu o coto enfaixado na ponta do braço direito do homem de preto e percebeu, para seu espanto, que acabara de derrubar Peter Solomon.
Enquanto deslizavam juntos pelo piso de pedra, as luzes do helicóptero vieram descendo, ofuscantes. A aeronave voava baixo, seus patins de aterrissagem quase tocando a grande superfície de vidro da clarabóia.
Na frente do helicóptero, uma arma estranha girou, mirando para baixo através do vidro. O facho vermelho da mira a laser varou a clarabóia e se agitou, indo na direção de Langdon e Solomon.
Não!
Mas não se ouviu nenhum disparo... apenas o barulho das hélices.
Langdon não sentiu nada, exceto uma sinistra vibração de energia que percorreu todas as suas células. Atrás de sua cabeça, sobre a cadeira de couro de porco, o laptop emitiu um chiado estranho. Ele se virou a tempo de ver a tela ficar preta de repente. Infelizmente, a última mensagem visível tinha sido clara.
ENVIANDO MENSAGEM: 100%
Suba! Mas que droga! Para cima!
O piloto do UH-60 colocou os rotores no máximo para evitar tocar na clarabóia. Sabia que as quase três toneladas de empuxo geradas pelos rotores Já estavam forçando o vidro para baixo quase a ponto de quebrá-lo. Infelizmente, a inclinação da pirâmide sob o helicóptero estava desviando o empuxo impedindo-o de subir.
Para cima! Agora!
O piloto inclinou o nariz da aeronave para tentar se afastar dali, mas o patim de aterrissagem esquerdo tocou o centro do vidro. Foi só por um instante, mas bastou.
A imensa clarabóia da Sala do Templo explodiu em um turbilhão de vidro e vento... fazendo uma enxurrada de cacos afiados mergulhar na sala abaixo.
Estrelas caindo do céu.
Mal’akh ergueu os olhos para a bela luz branca e se deparou com um véu de jóias cintilantes esvoaçando em sua direção... cada vez mais depressa... como se corressem para envolvê-lo com seu esplendor.
De repente, a dor.