Diante daquele preâmbulo dramático, Langdon esperava algo mais impressionante. O embrulho era uma pequena caixa em forma de cubo, com cerca de 5 centímetros de altura, envolta em um papel pardo desbotado e amarrada com barbante. A julgar pelo peso e pelo tamanho, o conteúdo parecia ser pedra ou metal. Só isso? Langdon revirou a caixa nas mãos, percebendo então que o barbante havia sido cuidadosamente preso na lateral com um lacre de cera em alto-relevo, como um édito antigo. O lacre portava uma fênix de duas cabeças com o número 33 gravado no peito - o símbolo tradicional do mais alto grau da Francomaçonaria.
- Francamente, Peter - disse Langdon, com um sorriso enviesado surgindo no rosto. - Você é o Venerável Mestre de uma loja maçônica, não o Papa. Vai começar a selar embrulhos com o seu anel agora?
Solomon baixou os olhos para o próprio anel de ouro e deu uma risadinha.
- Eu não lacrei esse pacote, Robert. Quem fez isso foi meu bisavô. Quase um século atrás.
A cabeça de Langdon se levantou de repente.
- O quê?
Solomon ergueu o anular.
- Este anel maçônico era dele. Depois disso foi do meu avô, depois do meu pai... e, por fim, meu.
Langdon suspendeu o pacote.
- O seu bisavô embrulhou isto aqui um século atrás e ninguém nunca abriu?
- Isso mesmo.
- Mas ... por que não?
Solomon sorriu.
- Porque não chegou a hora.
Langdon o encarou sem entender.
- Hora de quê?
- Robert, eu sei que isso vai parecer estranho, mas quanto menos você souber, melhor. Apenas guarde esse embrulho em algum lugar seguro e, por favor, não conte a ninguém que eu o entreguei a você.