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《小说失落的符号》O Símbolo Perdido 91
日期:2013-05-21 00:25  点击:222

 

- Não estou nervosa - respondeu Katherine depressa demais.

Ele lhe deu um sorriso reconfortante.  

- Na verdade, saber quando as pessoas estão nervosas é o meu trabalho.  

- Como disse?  

- Eu sou psiquiatra, Sra. Solomon. Essa é a minha profissão. Já faz quase um  ano que estou cuidando do seu irmão. Sou o terapeuta dele.  

Tudo o que Katherine conseguiu fazer foi encará-1o. Meu irmão está fazendo terapia?  

- Os pacientes muitas vezes preferem guardar segredo sobre o tratamento - disse o homem. - Foi um equívoco de minha parte ligar para a senhora, embora possa dizer, em minha defesa, que seu irmão me induziu ao erro.  

- Eu... eu não fazia idéia.    

- Sinto muito se a deixei nervosa - disse ele, parecendo constrangido. - Reparei que a senhora ficou analisando meu rosto quando nos apresentamos, e sim, eu uso maquiagem. - Ele tocou a própria bochecha com um ar acanhado. - Tenho uma doença de pele que prefiro esconder. Em geral quem me maquia é minha mulher, mas quando ela não está tenho que me contentar com minha própria mão pesada.  

Katherine assentiu com a cabeça, constrangida demais para falar.  

- E estes lindos cabelos... - Ele tocou sua juba loura. - Isto é uma peruca.  Minha doença de pele também afetou os folículos do couro cabeludo e todos os meus cabelos caíram. - Ele deu de ombros. - Temo que meu único pecado seja a vaidade.  

- E aparentemente o meu é a grosseria - disse Katherine.  

- De forma alguma. - O sorriso do Dr. Abaddon desarmaria qualquer um. - Vamos começar de novo? Que tal com um pouco de chá?  

Eles se sentaram em frente à lareira e Abaddon serviu.  

- O seu irmão me fez adquirir o hábito de servir chá durante nossas sessões.  Ele disse que os Solomon gostam da bebida.  

- Tradição de família - disse Katherine. - Puro, por favor.  

Os dois passaram alguns minutos tomando o chá e jogando conversa fora, mas Katherine estava ansiosa para obter informações sobre o irmão.  

- Por que meu irmão veio procurar o senhor? - perguntou ela. E por que ele não me disse nada? Era bem verdade que Peter havia sofrido mais tragédias na vida do que merecia: perder o pai ainda jovem e, depois, em um intervalo de cinco anos, enterrar seu único filho e em seguida a mãe. Mesmo assim, ele sempre havia encontrado uma forma de seguir em frente.

O Dr. Abaddon tomou um gole do chá.  

- Seu irmão me procurou porque confia em mim. Temos uma ligação que vai além daquela que existe normalmente entre paciente e médico. - Ele gesticulou na direção de um documento emoldurado perto da lareira. Parecia um diploma, até Katherine distinguir a fênix de duas cabeças.  

- O senhor é maçom? - E do grau mais elevado, ainda por cima.

- Peter e eu somos de certa forma irmãos.  

- O senhor deve ter feito alguma coisa importante para ser convidado ao  grau 33.  

- Na verdade, não - respondeu ele. - Venho de uma família tradicional e faço  muitas doações a instituições de caridade maçônicas.  Katherine então percebeu por que o irmão confiava naquele jovem médico. Um maçom de família rica interessado em filantropia e mitologia antiga? O Dr. Abaddon tinha mais coisas em comum com seu irmão do que ela havia imaginado inicialmente. 


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