Tanto Anderson quanto Sato pareciam surpresos.
Atualmente, o único indício de que ali já houvera uma chama acesa era a estrela de quatro pontas que representa a rosa dos ventos gravada no piso da cripta um andar abaixo de onde eles estavam - símbolo da chama eterna dos Estados Unidos que um dia havia irradiado sua luz para os quatro cantos do Novo Mundo.
- Então, professor - disse Sato -, sua tese é a de que o homem que deixou a mão de Peter aqui sabia de tudo isso?
- Está claro que sim. E sabia muito, muito mais. Esta sala está cheia de símbolos que refletem a crença nos Antigos Mistérios.
- Um saber secreto - disse Sato, com um tom de voz que fazia mais do que sugerir sarcasmo. - Um conhecimento que permite aos homens adquirir poderes comparáveis aos de um deus?
- Sim, senhora.
- Isso não se encaixa muito bem nos fundamentos cristãos deste país.
- Aparentemente não, mas é verdade. Essa transformação do homem em deus se chama apoteose. Quer a senhora saiba disso ou não, esse tema é o elemento central do simbolismo desta Rotunda.
- Apoteose? - Anderson se virou para ele com uma expressão espantada de reconhecimento.
- Sim. - Anderson trabalha aqui. Ele sabe. - A palavra apoteose significa literalmente "transformação divina": o homem que se torna deus. Vem do grego antigo: apo, que aqui significa "tornar-se", e theos, "deus".
Anderson parecia pasmo. - Apoteose quer dizer "virar deus"? Eu não fazia a menor idéia.
- Do que vocês estão falando? - indagou Sato.
- Minha senhora - disse Langdon -, o maior quadro deste prédio se chama A Apoteose de Washington. E ele mostra claramente George Washington sendo transformado em deus.
Sato fez cara de cética.
- Eu nunca vi nada desse tipo.
- Na verdade, tenho certeza de que viu, sim. - Langdon ergueu o indicador e apontou para cima. - Está bem acima da sua cabeça.