Fazia mais de uma década que Trent Anderson, chefe de polícia do Capitólio, supervisionava a segurança daquele complexo. Era um homem musculoso e de ombros largos, com traços finos e cabelo ruivo cortado à escovinha, o que lhe dava um ar de autoridade militar. Deixava sua arma bem visível como aviso a qualquer um que caísse na besteira de questionar seu poder.
Anderson passava a maior parte do tempo coordenando seu pequeno exército de agentes a partir de um centro de segurança de alta tecnologia situado no subsolo do Capitólio. Dali, comandava uma equipe de técnicos encarregados de examinar monitores e dados de computador, além disso controlava uma mesa telefônica que o mantinha em contato com os funcionários da segurança.
Aquela noite tinha sido estranhamente tranqüila, e Anderson estava satisfeito. Tinha esperanças de conseguir ver um pouco do jogo dos Redskins na TV de tela plana da sua sala. A partida havia acabado de começar quando seu interfone tocou.
- Chefe?
Anderson resmungou e manteve os olhos grudados na televisão enquanto atendia o interfone.
- O que foi?
- Houve algum problema na Rotunda. Os agentes estão chegando lá agora, mas acho que o senhor vai querer dar uma olhada.
- Certo. - Anderson entrou no centro nervoso do sistema de segurança: uma instalação compacta, neomoderna, cheia de monitores de computador. - O que você tem aí?
O técnico estava ajustando uma imagem de vídeo digital em seu monitor.
- Câmera da galeria leste da Rotunda. Vinte segundos atrás. - Ele acionou o vídeo.
Anderson ficou olhando por cima do ombro do técnico.