Isso fazia três anos.
Agora, ao chegar diante da mesma porta de aço, Katherine percebeu o enorme caminho que havia percorrido desde aquela primeira noite. Seu laboratório - apelidado de Cubo - havia se tornado seu lar, um santuário nos recônditos do Galpão 5. Exatamente como Peter previra, ela havia encontrado seu caminho em meio à escuridão naquela noite, e em todos os outros dias desde então - graças a um sistema de direcionamento engenhosamente simples que seu irmão lhe permitira descobrir sozinha.
Muito mais importante, a outra previsão de Peter também havia se realizado: as experiências de Katherine tinham produzido resultados impressionantes, sobretudo nos últimos seis meses - avanços que iriam alterar paradigmas inteiros de pensamento. Katherine e o irmão haviam concordado em guardar segredo total quanto aos resultados até suas implicações ficarem mais claras. Mas ela sabia que um dia, em breve, divulgaria algumas das revelações científicas mais transformadoras da história humana.
Um laboratório secreto dentro de um museu secreto, pensou ela, inserindo o cartão de acesso na porta do Galpão 5. O teclado se acendeu e Katherine digitou sua senha.
A porta de aço se abriu com um silvo.
O conhecido gemido oco foi acompanhado pela mesma rajada de ar frio. Como sempre, Katherine sentiu sua pulsação se acelerar.
O trajeto mais estranho do mundo para chegar ao trabalho.
Tomando coragem para a travessia, Katherine Solomon olhou de relance para o relógio de pulso ao pisar no vazio. Naquela noite, porém, não conseguiu se livrar das preocupações ao entrar no galpão. Onde está Peter?