A mulher riu.
- Essas golas rulês que o senhor usa são muito fora de moda. O senhor ficaria bem melhor de gravata!
De jeito nenhum, pensou Langdon. Pequenas forcas.
Quando Langdon estudava na Academia Phillips Exeter, o uso da gravata era obrigatório seis dias por semana e, apesar da visão romântica do diretor, segundo a qual a origem da gravata remontava à fascalia de seda usada pelos oradores romanos para aquecer as cordas vocais, Langdon sabia que, do ponto de vista etimológico, gravata na verdade vinha de um bando de cruéis mercenários croatas que amarravam lenços em volta do pescoço antes de partir para a batalha. Até hoje, esse antigo traje de combate é usado por guerreiros corporativos modernos, que esperam intimidar os inimigos nas batalhas diárias das salas de reunião.
- Obrigado pelo conselho - disse Langdon com uma risadinha. - Daqui para a frente, vou pensar em usar gravata.
Por sorte, um homem de aspecto profissional vestindo um terno escuro desceu de um Lincoln estacionado junto ao terminal e chamou seu nome.
- Sr. Langdon? Sou Charles, da Beltway Limusines. - Ele abriu a porta traseira. - Boa noite. Bem-vindo a Washington.
Langdon deu uma gorjeta a Pam para lhe agradecer pela hospitalidade e, em seguida, entrou no interior luxuoso do carro. O motorista lhe mostrou os controles da calefação, a água mineral e o cesto de muffins quentinhos. Segundos depois, o Lincoln já seguia por uma rua de acesso exclusivo. Então é assim que vive a outra metade.