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CAPITULO VI PENETRAMOS NO REINO DOS KAKUANAS-3
日期:2024-11-12 14:27  点击:264
Assim penetrámos na povoação ao rumor de acclamações. A aldêa devia ter uma milha de circumferencia; e era defendida por um largo fosso e por uma alta estacada feita de troncos d’arvores. Na porta central, do lado da estrada, havia uma ponte levadiça.
 
Parecia uma aldêa admiravelmente bem ordenada. Ao centro, entre arvores, corria uma ampla, extensa rua, cortada em angulos rectos por outras mais estreitas, formando séries de quarteirões, cada um dos quaes alojava uma companhia. As cubatas, redondas, feitas d’uma grossa verga entrelaçada, findavam á maneira das dos Zulús por tectos de colmo em fórma de zimborio agudo: mas, differentes n’isto das dos Zulús, tinham uma porta, larga e facil, e eram cercadas por uma varanda, cujo chão de cal dura rebrilhava ao sol. Os dois lados da grande rua apinhavam-se de mulheres, que tinham corrido de todas as cubatas para nos admirar. Era uma bella raça de mulheres--altas, airosas, esplendidamente feitas, com o cabello mais ondeado que encarapinhado, as feições por vezes aquilinas, e os beiços sempre finos. Mas o que mais nos impressionou foi o seu ar grave e serio. Nem pasmo selvagem, nem risos, nem injurias, ao vêrem-nos desfilar, tão estranhos e differentes de todos os homens que até ahi tinham encontrado. Nem mesmo a singular figura de John lhes arrancou uma exclamação: apenas os largos olhos negros se lhes arregalavam para as pernas niveas do pobre amigo, que, roído de vergonha, praguejava baixo.
 
Quando chegámos ao centro da aldêa, Infandós parou em frente d’uma espaçosa e rica cubata, cercada de dependencias menores, entre arvoredo. E com palavras grandiosas, á maneira dos Zulús, offereceu-nos a hospitalidade:
 
--Aqui habitareis, meus senhores. E não tereis de apertar o ventre com fome! Em breve vos traremos mel, leite, uma ou duas vaccas, alguns carneiros. Não é muito, oh Espiritos! Mas é dado por corações, que se regosijam de vos vêr.
 
--Bem, bem, Infandós, murmurei eu. O que precisamos sobretudo é descançar, fatigados da nossa descida através dos espaços e dos reinos do ar...
 
A cubata era muito confortavel, com herva aromatica espalhada no chão, grandes pelles servindo de leitos, e vistosos cantaros para a agua. D’ahi a pouco, entre cantos e risos, appareceu á porta um bando de raparigas trazendo leite, mel em covilhetes, fructas em cestos:--e atraz dois rapazes seguiam, arrastando um vitello pelos cornos. Um dos rapazes, tirando a faca do cinto, matou o vitello de um golpe: e logo o outro, agil e destramente, o esfolou e retalhou.
 
Ajudado por uma das raparigas (que era extremamente bonita), Umbopa passou a cozer a carne n’uma panella de barro, sobre uma alegre fogueira accesa á porta da cubata: e nós mandamos convidar Infandós e Scragga para partilhar do nosso repasto. Quando entraram, notei que, para comer, se não encruzavam no chão á maneira dos Zulús--mas se sentavam em pequenos bancos, que abundavam na cubata encostados ás paredes. O jantar foi longo e affavel. O velho guerreiro todo elle exhibia doçura e respeito. Mas o rapaz Scragga parecia olhar para nós, e para cada um dos nossos gestos, com singular desconfiança. Talvez, ao vêr que nós comiamos, bebiamos, e tinhamos as necessidades de qualquer kakuana, começava a suspeitar da nossa origem divina. Não me agradou este sentimento, tão real e logico. Que nos poderia assegurar as vidas, perdidos entre aquellas turbas negras, senão o terror supersticioso?
 
Depois de jantar accendemos os cachimbos--o que encheu os nossos amigos d’espanto. Na terra dos Kakuanas, como na dos Zulús, a planta do tabaco cresce em abundancia--mas elles só a sabem usar torrada e sêcca, pulverisada. Só conhecem o rapé.
 
No emtanto conversamos a respeito da nossa jornada. Infandós já tudo organisára para que ella continuasse na madrugada seguinte, mandando adiante emissarios a prevenir Tuala da nossa chegada ao seu reino. Tuala estava então na sua grande cidade de Lú, preparando-se para a revista de tropas, a dança das flores, e «caça aos feiticeiros», que constituem a maior solemnidade religiosa e militar dos Kakuanas, na primeira semana de junho. E segundo affirmava Infandós, nós deviamos (a não ser que nos detivessem os rios transbordados) entrar as portas de Lú ao fim de dois dias de marcha.
 
Depois, como começavam a luzir as estrellas e a aldêa ia cahindo em silencio, os nossos amigos deixaram a cubata. E tres de nós atiraram-se logo para cima dos leitos de pelles, emquanto outro, com as carabinas carregadas, velava, no seu turno de sentinella, para prevenir as traições.
 
Mas essa primeira noite na terra dos Kakuanas foi muito calma e segura. 
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