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CAPITULO V A NOSSA ENTRADA NO DESERTO-18
日期:2024-11-12 14:15  点击:206
A estrada ficava (como disse) á nossa direita, surgindo por traz de grossas penedias que se amontoavam no primeiro pendor da serra. Cortámos para lá, devagar, ora através de grandes espaços de neve, ora por sobre montes de lava. Quando dobrámos por fim as penedias, avistámol-a de repente em baixo, a algumas jardas. Era magnifica, toda cortada na rocha viva, e admiravelmente conservada! Mas, coisa extraordinaria, parecia começar alli, ao meio da serra, bruscamente. Continuámos a descida alvoroçados, pozemos emfim os pés sobre as suas fortes lages. Olhámos, explorámos em redor. A estranha via findava com effeito alli, na serra, entre umas rochas de lava entremeadas de neve!
 
--Extraordinario! Exclamou o barão. Porque começa esta estrada assim, ou porque acaba assim, de repente, no meio da serra?
 
Abanei a cabeça, em perfeita ignorancia.
 
--Parece-me que percebo, disse o capitão coçando o queixo. Esta estrada é simplesmente maravilhosa! Não acaba aqui. Antigamente galgava a cordilheira e seguia pelo deserto. Mas a parte que galgava a serra para além, foi coberta por montões de lava, n’alguma erupção: e a parte que cortava o deserto foi invadida pelas areias movediças. Não póde ser senão isto.
 
Talvez fosse. Em todo o caso largámos os passos por sobre essa surprehendente estrada que tinha o nome de Salomão. Esta suave descida por uma magnifica calçada, com as forças restauradas, e a abundancia a esperar-nos em baixo, nos ferteis campos cheios de gado,--era bem differente da subida pela neve acima, extenuados de fome e de fadiga, e com a afflictiva incerteza do que estaria para além. Na verdade, se não fosse a triste lembrança do pobre Venvogel e da sinistra cova, onde elle espectralmente ficára ao lado do velho fidalgo d’outras eras, poderiamos cantar de pura alegria. A cada milha que andavamos o ar cada vez se tornava mais macio e tepido:--e a região em torno parecia crescer para nós, a transbordar de abundancia e belleza. A estrada, essa, era positivamente portentosa. Affirmava o barão que tinha semelhanças com a estrada do Saint-Gothard sobre os Alpes. Eu por mim não vira maravilha maior! N’um certo sitio abria-se uma ravina medonha, d’uns trezentos pés de largura, d’uma profundidade de mais de cem pés: pois este abysmo estava vadeado por um colossal aqueducto, com arcos para a passagem das torrentes, sobre o qual a estrada seguia com soberbasegurança. N’outros sitios cortada em zig-zags na rocha, contornava pavorosos precipicios, com parapeitos que a defendiam e formavam balcões sobre o abysmo. Mais adiante, perfurava um monte de rocha com um tunnel de trintas jardas.
 
Nas paredes d’este tunnel corriam singulares relevos representando guerreiros com cotas de malha, que retesavam arcos, guiavam carros de combate. Havia mesmo uma grande scena de batalha, com lanças em confusão, e captivos acorrentados.
 
--Tudo isto é obra egypcia, dizia o barão parando a cada instante. Tudo isto eu vi nos templos do alto Egypto. O nome da estrada virá de Salomão. Mas estas esculpturas são das mãos de egypcios.
 
Pela uma hora da tarde tinhamos descido a montanha até ás faldas baixas onde começava o arvoredo. Ao principio eram apenas raros arbustos silvestres. Depois a estrada penetrava n’um bosque de olmos, uns olmos cujas folhas brilham como prata, e que eu suppunha só existirem no Cabo.
 
--Estamos ao menos em terra de lenha! Exclamou enthusiasmado o capitão John. Vamos parar, e cozinhar um jantar. Eu por mim já digeri aquella carne crúa... Reentremos solemnemente na civilisação! 
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