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CAPITULO V A NOSSA ENTRADA NO DESERTO-12
日期:2024-11-12 10:21  点击:237
Com amargo espanto não encontrámos agua, e a nossa já ia findando! Não havia agora esperança de topar nascentes antes de chegarmos á linha de neve, que branquejava lá longe, no alto da serra: e já a sêde nos começava outra vez a torturar. Desconsoladamente fomos arrastando os passos por sobre o torrido chão de lava que formava a base do monte. Caminhada atroz! Pelas onze horas da manhã, apesar de curtos repousos, estavamos exhaustos--por causa sobretudo dos ladrilhos de lava asperos e rugosos que nos magoavam horrivelmente os pés. De sorte que, descobrindo a umas trezentas jardas acima grossos pedregulhos de lava, decidimos descançar umas fartas horas á sua sombra providencial. Para lá nos empurrámos, por lá nos abrigámos. E não foi pequena surpreza (se ainda nos restava a faculdade de experimentar surprezas!) avistar a pequena distancia, n’um planalto formando terraço sobre um barranco, uma extensa e fresca tira de verduras. Evidentemente a lava decompondo-se formára alli um chão de terra, onde as sementes trazidas por passaros tinham alastrado e verdejado... Démos, porém, pouca attenção a essas hervagens, porque não havia lá nem fructo nem agua--e de relva só Nabuchodonosor se conseguiu alimentar. Alli ficámos pois, estirados á sombra dos pedregulhos, sem força no corpo e sem esperança n’alma, pensando que nunca homens de senso se tinham arriscado a mais esteril, mais absurda aventura! Umbopa no emtanto, depois de considerar algum tempo em silencio a leira de verduras, caminhára para lá lentamente. E qual não é o meu assombro ao vêr aquelle individuo, ordinariamente tão composto e grave, romper em pulos phreneticos, brandindo na mão o quer que fosse de verde! Arremettemos para elle, na esperança anciosa de agua descoberta.
 
--É agua, Umbopa? Gritava eu pulando por sobre a lava.
 
--Agua e sustento, Macumazan! Exclamava elle agitando no ar a coisa verde, com effusivo triumpho.
 
Percebi emfim o que era. Era um melão! Tinhamos dado n’um meloal, um enorme meloal bravo, com milhares de melões, a cahir de maduros!
 
--Melões! Uivei eu para os companheiros que corriam atraz.
 
--Melões! Melões! Foi o berro victorioso que resoou nas quebradas.
 
N’um momento, cada um de nós tinha os dentes cravados n’um melão, sôfregamente. Comemos alli, entre todos, uns trinta melões; e apesar de mediocres creio que nunca nada na vida me soube tão deliciosamente. Mas o melão não alimenta--e refrescada a sêde não tardou a fome, mais intensa e aguda. Conservavamos ainda o biltong, a carne sêcca; mas já nos enjoava atrozmente: e além d’isso deviamos poupal-a com avaro cuidado, pela incerteza de encontrar outras provisões na longa ascensão da serra.
 
N’esse dia, porém, estavamos «em sorte decididamente», como disse John. Lançando os olhos para o deserto, emquanto conversavamos sobre esta terrivel evidencia, a fome--vi de repente uns oito ou dez grandes passaros voando em direcção a nós, lentamente.
 
--Atire, patrão, atire! Exclamou baixo o nosso servo hottentote, acaçapando-se immediatamente no chão.
 
Os outros agacharam-se tambem, para que, confundidos com a côr da lava, não fossemos avistados pelos passaros. Era um bando de enormes betardas, que no seu vôo direito e alto deviam passar a umas cincoentas jardas por cima das nossas cabeças. Tomei uma carabina Winchester, e esperei acocorado. Quando o bando vinha perto, ergui-me, com um grito e um salto. Assustados, os passaros juntaram-se todos precipitadamente em montão; e atirando á massa escura, pude facilmente abater um soberbo bicho, que pesava pelo menos vinte arrateis. Dentro de meia hora ardia uma fogueira de talos sêccos de melão: e o bicho aloirava em cima. Foi um banquete! Comemos aquella betarda toda, fóra carcassa e bico! 
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