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CAPITULO IV OS ELEPHANTES-3
日期:2024-08-23 09:46  点击:293

--Pois muito bem, filhos meus, disse eu, uma vez que se quer um bocado de divertimento, ter-se-ha; mas ámanhã. Por agora é tratar de dormir, e erguer com o primeiro luzir do dia, para apanhar esse rico gado antes que elle vá aos seus negocios. Toca pois a accommodar.

 

O capitão John (extraordinario homem!) tirou o fato, sacudiu-o, metteu o monoculo e os dentes postiços dentro do bolso das calças, dobrou tudo cuidadosamente, guardou tudo ao abrigo do orvalho debaixo do seu makintosh, alisou o cabello, tomou um bochecho d’agua, e estirou-se de lado para dormir, com correcção e conforto. O barão e eu, depois de contemplar, rindo, estes requintes, embrulhámo-nos simplesmente n’um cobertor:--e d’ahi a pouco envolvia-nos aquelle somno profundo, absoluto, sem sonhos, sem movimentos, que é a recompensa e a consolação de quem moureja por estas terras negras.

 

Com o primeiro alvor da madrugada estavamos a pé, preparando para a acção. Tomámos as carabinas, munições abundantes, cantis cheios de chá frio (que é a melhor bebida, a unica, quando se caça), e partimos, depois de engolir de pé um almoço breve, acompanhados de Umbopa, de Khiva e de Venvogel.

 

Não tivemos difficuldade em achar o carreiro aberto e pisado pelos elephantes, que, segundo Venvogel declarou, deviam ser uns vinte ou trinta, a maior parte machos e todos crescidos. Mas o bando afastára-se durante a noite; e eram quasi nove horas, já o calor ardia em céo e terra, quando pelos arbustos quebrados, pelas cascas e folhas d’arvores esmagadas, e pelos montes de bosta fumegante, percebemos que os bichos andavam cerca--e seguros. D’ahi a instantes, effectivamente, avistámos o rebanho todo, uns vinte a trinta elephantes (como Venvogel calculára), parados n’uma cova de terreno, quietos, tendo decerto acabado o primeiro repasto, e sacudindo com lentidão e magestade as suas immensas orelhas. Era uma vista soberba! Só as ha assim na Africa!

 

Estavamos separados d’elles por umas cem jardas. Agarrei um punhado de capim e atirei-o ao ar para tomar a direcção do vento:--porque se um elephante nos farejasse, bem sabia eu que, antes de podermos pôr as carabinas á cara, o rebanho inteiro abalava. A aragem, se alguma corria, soprava para nós do lado dos bichos: de sorte que rastejámos cuidadosamente através do matto, mudos, sem respirar, até nos aproximarmos umas quarenta jardas mal medidas. Justamente diante de nós, e de ilharga para nós, estacionavam tres magnificos elephantes machos, um d’elles com enormes dentes e o ar supremo de um Patriarcha. Avisei, baixinho, os companheiros que me encarregava do animal do meio: o barão apontou ao mais pequeno, ao da esquerda: o capitão ao «Patriarcha».

 

--Agora! Murmurei.

 

Bum! Bum! Bum! O elephante do barão tombou redondo, varado no coração. O meu cahiu pesadamente sobre os joelhos; mas quando pensei que ia desabar para o lado, morto, vejo a enorme massa que se ergue e larga galopando por diante de mim. Metti-lhe segunda bala na ilharga, que o abateu. Á pressa, com dois cartuchos mais na carabina, corri para elle e findei-lhe misericordiosamente a agonia. 
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