Após cerca de três horas de depoimento(经过大约三小时的见证), um engenheiro do Hopi Hari reforçou à Polícia Civil de Vinhedo (SP) a hipótese de falha humana no acidente que matou uma adolescente de 14 anos, no parque de diversões, na última sexta-feira (24). A vítima era Gabriela Nichimura, que caiu do brinquedo La Tour Eiffel, conhecido como elevador.
O engenheiro é o responsável pela manutenção dos brinquedos do parque de diversões e não teve o nome divulgado pela polícia. De acordo com o delegado titular de Vinhedo, Álvaro Santucci Noventa Júnior, contudo, ele negou a versão dada pela mãe da vítima, em uma entrevista para a TV, sobre suposta ausência de cinto na cadeira ocupada pela adolescente. Em depoimento, o funcionário relatou que o dispositivo, que fica entre a trava de segurança e o assento, é usado desde 2003 no brinquedo, que é de 1999, por determinação da fabricante suíça.
O delegado afirmou que ontem, na perícia realizada no La Tour Eiffel, ele próprio viu o cinto na cadeira em que estava Gabriela. Para o policial, porém, o depoimento da mãe da menina é considerado "chave" para as investigações. Funcionários do parque que atuavam no funcionamento do brinquedo não deverão ser ouvidos esta semana, segundo Noventa Júnior, por estarem "abalados e sob acompanhamento psicológico". Já os pais, disse ele, serão ouvidos ainda esta semana.
"A gente não sabe o que a mãe quis dizer, se não tinha [o cinto] ou se não havia sido afivelado", disse o delegado. "Estamos querendo apurar a questão do afivelamento. É isso que está deixando o engenheiro intrigado, então vamos partir para a tese de uma possível falha humana no afivelamento do cinto”, afirmou Noventa Júnior. Segundo ele, “em tese”, esse afivelamento deveria ser feito pelo funcionário do parque, e não pela menina.
O delegado informou que, de acordo com os testes realizados, o brinquedo funciona normalmente mesmo que algum usuário não esteja usando o cinto de segurança. Segundo ele, o engenheiro confirmou que o preocedimento é esse mesmo e atribuiu a responsabilidade da falta de um dipositivo para avisar sobre o afivelamento ao fabricante do brinquedo.
Ao ser questionado se o depoimento do engenheiro o isentava de culpa, o delegado disse que é cedo para dizer. "A chefia diz aos funcionários como devem operar o brinquedo(上司告诉员工如何操作玩具). Essa informação foi passada para eles e, se deixaram de fazer o afivelamento, por que deixaram? Não é uma situação normal. Mas isso não quer dizer que se limite aí a responsabilidade. Acho que pode desencadear outros responsáveis."
O promotor Rogério Sanches Cunha, que acompanhou o depoimento juntamente com a promotora de Defesa do Consumidor Ana Beatriz Vieira, disse acreditar em falha humana. “Se não for falha humana, não tem sentido o acidente. A única maneira de explicá-lo é o fato de não ter cinto”, definiu.
Uma nova perícia realizada ontem no brinquedo não detectou falhas mecânicas, segundo informou o Ministério Público de São Paulo. Os promotores Rogério Sanches Cunha e Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira acompanharam a vistoria, realizada por peritos do próprio MP e do Instituto de Criminalística (IC).
“Nas várias simulações realizadas nesta segunda-feira o brinquedo não apresentou avaria mecânica”, afirmou, em nota, o MP. A promotoria abriu inquérito civil para investigar a segurança do parque e aguarda a conclusão do laudo da perícia realizada na sexta-feira.