Houve, uma vez, um rei muito poderoso, que vivia feliz e tranquilo em seu reino. Um belo dia, adoeceu gravemente e ninguém tinha esperanças de que escapasse. Ele tinha três filhos, os quais estavam deveras consternados vendo que o estado do pai piorava dia a dia.
Encontravam-se eles no jardim do castelo a chorar e, de repente, viram surgir à sua frente um velho de aspecto venerável, que indagou a causa de tamanha tristeza. Disseram-lhe que estavam aflitos porque o pai estava gravemente enfermo e os médicos já não tinham esperanças de o salvar.
O velho, então, disse-lhe:
- Eu conheço um remédio muito eficaz, que poderá curá-lo; é a famosa Agua da Vida. Mas é muito difícil obtê-la.
O filho mais velho disse:
- Hei de encontrá-la, custe o que custar.
Dirigiu-se, imediatamente, aos aposentos do rei, expôs-lhe o caso e pediu permissão para ir em busca dessa água, a única coisa que poderia salvá-lo.
- Não, - disse o rei; - sei bem que essa água maravilhosa existe, mas há tantos perigos a vencer antes de chegar à fonte, que prefiro morrer a ver um filho meu correndo esses riscos.
O príncipe, porém, insistiu tanto que o pai acabou por consentir. Em seu íntimo, o príncipe ia pensando: "Se conseguir a água, tornar-me-ei o filho predileto e assim herdarei o trono."
Partiu, pois, montado em rápido corcel, na direção indicada pelo velho. Após alguns dias de viagem, ao atravessar uma floresta, viu um anão mal vestido, que o chamou, perguntando:
- Aonde vais com tanta pressa?
- Que tens tu com isso, homúnculo ridículo? - respondeu altivamente o príncipe sem deter o cavalo, - não é da tua conta.
O anãozinho enfureceu-se e rogou-lhe uma praga. Pouco mais adiante, o príncipe viu-se entalado entre duas barrancas; quanto mais andava, mais se estreitava o caminho, até que, tendo-se o atalho apertado demais, não pode mais avançar, nem recuar, nem voltar o cavalo, nem descer. Ficou ali aprisionado, sofrendo fome e sede, mas sem morrer.
O rei aguardou sua volta durante muitos dias, mas em vão. O segundo filho, julgando que o irmão tivesse morrido, ficou contentíssimo, pois assim seria ele o herdeiro do trono.
Foi ter com o pai e pediu-lhe permissão para ir em busca da Agua da Vida. O rei respondeu o mesmo que havia respondido ao primeiro; por fim, ante a insistência do rapaz, acabou cedendo. O segundo príncipe, então, montou a cavalo e seguiu pelo mesmo caminho. Após alguns dias, quando atravessava a floresta, surgiu-lhe o anão mal vestido, que lhe dirigiu a mesma pergunta:
- Para onde vais com tanta pressa?
- Oh, nojento pedaço de gente! Sai da minha frente se não queres que te espezinhe com o meu cavalo.
O anão afastou-se e rogou-lhe a mesma praga que ao primeiro; assim, o príncipe acabou entalado nas barrancas como o outro irmão, sem poder avançar, recuar ou fazer qualquer movimento, sendo assim castigados os dois orgulhosos.
Passados muitos dias e vendo que os irmãos não voltavam, o filho mais moço foi pedir licença ao pai para ir buscar a Água da Vida. O rei não queria consentir, mas, ante as insistências reiteradas do moço, foi obrigado a ceder. O jovem príncipe montou em seu belo cavalo e partiu; quando encontrou o anão na floresta, que lhe perguntou aonde ia com tanta pressa, o jovem, que era delicado e amável, deteve o cavalo dizendo:
- Vou em busca da Agua da Vida, o único remédio que pode salvar meu pobre pai, que está à morte.
- Sabes onde se encontra? - perguntou o anão.
- Não, - respondeu o príncipe.
- Pois bem; já que me respondeste com tanta amabilidade, - disse o anão, - vou indicar-te o caminho que deves tomar. Ao sair da floresta não te metas pelo desfiladeiro que vires pela frente; vira à esquerda e segue até encontrares uma encruzilhada; aí segue ainda a esquerda. Depois de dois dias de marcha, encontrarás diante de ti um castelo encantado: é no pátio desse castelo que se acha a fonte da Agua da Vida. O castelo está fechado por um grande portão de ferro maciço; mas basta tocá-lo três vezes com esta varinha que te dou para que se abra de par em par. Assim que entrares verás dois leões enormes prestes a lançarem-se sobre ti para te devorar; atira-lhes estes dois bolos para apaziguá-los; aí corre ao parque do castelo e vai buscar a Água da Vida antes que soem as doze badaladas, senão o portão fecha-se e tu ficarás lá preso.
O príncipe agradeceu, gentilmente, ao anão, pegou a varinha e os dois bolos e se pôs a caminho; e conforme as suas indicações chegou diante do castelo. Com a varinha mágica bateu três vezes no imenso portão e este abriu- se; ao entrar, os dois leões arremessaram-se contra ele de bocas escancaradas, mas apaziguou-os, atirando-lhes os bolos, e assim não sofreu mal algum. Antes de dirigir-se à fonte da Água da Vida, o príncipe não resistiu à tentação de ver o que havia no interior do castelo cujas portas estavam abertas; galgou a escadaria e entrou. Viu uma série de salões grandes e luxuosíssimos; no primeiro deles viu, imersos em sono letárgico, uma multidão de fidalgos e criados. Sobre uma mesa avistou uma espada e um saquinho de trigo; teve um pressentimento que esses objetos lhe poderiam ser úteis e levou-os consigo.
Passando de um salão para outro, no último deu com uma princesa de beleza deslumbrante, a qual se levantou e disse-lhe que, tendo conseguido penetrar no castelo, destruira o encanto que pesava sobre ela e todos os súditos do seu reino; mas o efeito do encantamento só cessaria mais tarde.
- Dentro de um ano, dia por dia, - disse ela, - se voltares aqui serás meu esposo.
Depois indicou-lhe onde estava a fonte da Água da Vida e despediu-se dele, recomendando-lhe que se apressasse para poder sair do castelo antes de o relógio da torre bater as doze badaladas do meio-dia, porque nesse momento exato os portões se fechariam.
O príncipe percorreu em sentido inverso os numerosos salões por onde passara, até que um deles viu uma belíssima cama com as roupas muito alvas e rescendentes; como estivesse cansadíssimo da longa caminhada, sentiu-se tentado a descansar um pouco, deitou-se para tomar um breve repouso e adormeceu. Felizmente mexeu- se e fez cair no chão a espada que colocara ao seu lado; o barulho despertou-o em tempo, pois perdendo a hora ficaria prisioneiro no castelo.
Levantou-se depressa; faltava apenas um minuto para o meio-dia e mal teve tempo de correr ao parque, encher um frasco com a preciosa água e fugir.
Transpondo os batentes da entrada, soou o relógio dando meio-dia; o portão fechou-se com estrondo e tão rapidamente que ainda apanhou um tacão do príncipe arrancando-lhe uma espora.
O príncipe estava no auge da felicidade por ter conseguido a água milagrosa que salvaria a vida do seu amado pai; e ansioso de ver-se no palácio pulou sobre a sela e partiu a galope. Na floresta, encontrou o anão no mesmo lugar, o qual, ao ver a espada e o saquinho de trigo, lhe disse:
- Fizeste bem em guardar esse precioso tesouro! Com essa espada poderás sozinho vencer os exércitos mais numerosos; e com o trigo desse saquinho terás todo o pão que quiseres e nunca se lhe verá o fundo.
Encantado por conhecer os dons prodigiosos da espada e do saquinho, estava contudo apoquentado com a ideia da desgraça dos irmãos; perguntou ao anão se não poderia fazer algo por eles.
- Posso, - respondeu o anão; - ambos estão pouco distantes daqui, entalados entre barrancas muito apertadas; amaldiçoei-os por causa do seu orgulho e insolência.
O príncipe rogou, encarecidamente, que lhes perdoasse e os libertasse, e tanto insistiu que o anão cedeu às suas súplicas.
- Mas advirto-te que te arrependerás, - disse o anão. - Não te fies neles; são de mau coração; liberto-os apenas para te ser agradável.
Assim dizendo, o anão fez as barrancas se afastarem deixando os entalados em liberdade; pouco depois reuniram-se ao irmão, que os estava esperando. Muito feliz por os tornar a ver, o príncipe logo lhes narrou as suas aventuras e disse-lhes que daí a um ano voltaria novamente ao castelo para desposar a maravilhosa princesa e reinar com ela sobre um grande país.
Depois puseram-se os três a caminho de regresso para casa. Atravessaram um reino que estava assolado pela fome e pela guerra, estando o rei já desesperado de poder salvar-se e ao seu povo. O bom príncipe então confiou ao rei o saco de trigo e a espada mágica; com esses objetos, o rei conseguiu derrotar os exércitos invasores e encher todos os celeiros, até ao forro, do precioso cereal. O príncipe tornou a receber a espada e o saquinho e os três irmãos continuaram na viagem; para encurtar caminho e rever mais depressa o pai, resolveram tomar um navio.
Durante a travessia, os dois irmãos mais velhos, devorados de ciúmes, começaram a conspirar contra ele:
- Nosso irmão conseguiu a Água da Vida e nós não; com isso nosso pai o promoverá a herdeiro único do trono, que deveria ser nosso, e a nós nada tocará.
Então juraram perdê-lo. De noite, quando ele dormia a sono solto, furtaram-lhe o frasco e substituíram a Água da Vida por outra salgada. Tentaram também roubar-lhe a espada e o saquinho de trigo mas, quando iam apoderar-se deles, os objetos desapareceram de repente.
Quando chegaram em casa, o jovem correu para o pai e apresentou-lhe o frasco para que bebesse e logo ficasse bom. O rei, mal engoliu alguns goles daquela água salgada, achou o gosto horrível e piorou sensivelmente. Estava ele se lastimando quando chegaram os dois filhos mais velhos e acusaram o irmão de ter querido envenenar o pai. Eles, porém, traziam-lhe a verdadeira Agua da Vida e lha ofereceram. Apenas bebeu alguns goles, pôde logo levantar-se do leito, cheio de vida e de saúde, como nos tempos de sua juventude. O pobre príncipe, expulso da presença do pai, entregou-se ao maior pesar. Os dois mais velhos vieram ter com ele e, rindo e mofando, disseram-lhe:
- Pobre tolo! Tu tiveste todo o trabalho e conseguiste encontrar a Agua da Vida, mas nós tivemos o proveito; devias ser mais esperto e manter os olhos abertos; enquanto dormi as a bordo, trocamos o frasco por outro de água salgada. E poderíamos, se, quiséssemos, ter-te atirado ao mar para nos livrarmos de ti, mas tivemos dó. Livra-te, contudo, de reclamar e contar a verdade ao nosso pai, que não te acreditaria; se disseres uma só palavra não nos escapas, perderás a vida. Também não penses em ir desposar a princesa daqui a um ano; ela pertencerá a um de nós dois.
O rei estava muito zangado com o filho mais moço, julgando que o tivesse querido envenenar. Convocou, portanto, os seus ministros, e conselheiros e submeteu- lhes o caso. Foram todos de opinião que o príncipe merecera a morte e o rei decidiu que fosse morto secretamente por um tiro. E partindo o moço para a caça sem suspeitar de nada, um dos criados do rei foi encarregado de o acompanhar e matá-lo na floresta. Quando chegaram ao lugar destinado, o criado, que era o primeiro caçador do rei, estava com um ar tão triste que o príncipe indagou a razão daquilo:
- Que tens, caro caçador?
- Proibiram-me falar, mas devo dizer tudo, - respondeu o caçador,
- Dize então o que há; nada temas.
- Estou aqui por ordem do rei e devo matar-vos.
O príncipe sobressaltou-se, mas disse;
- Meu amigo, deixa-me viver; dar-te-ei meus belos trajes em recompensa e tu me darás os teus, que são mais pobres.
- Da melhor boa vontade, - disse o caçador.
- Ê preciso que o rei julgue que executaste as suas ordens, - disse o príncipe, - senão a sua cólera recairá sobre ti. Vestirei essas roupas feias e tu levarás as minhas como prova de que me mataste. Em seguida, abandonarei para sempre este reino.
Assim fizeram.
Pouco tempo depois, o rei viu chegar uma embaixada faustosa do rei vizinho, incumbida de entregar ao bom príncipe os mais ricos presentes em agradecimento por ter ele salvo o reino da fome e da invasão do inimigo. Diante disso, o rei pôs-se a refletir:
- Meu filho seria inocente? - e comunicou aos que o serviam:
- Como me arrependo de o ter mandado matar! Ah, se ainda estivesse vivo!
Então, encorajado por essas palavras, o caçador revelou a verdade. Disse ao rei que o bom príncipe estava com vida, mas em lugar ignorado. Imediatamente o rei mandou um arauto proclamar em todo o pais que considerava o filho inocente e que desejava, imensamente, que ele voltasse para casa. Mas a notícia não chegou ao príncipe. Encontrara seu amigo anão, que lhe dera ouro suficiente para poder viver como um filho de rei.
Nesse ínterim, a princesa do castelo encantado, que ele livrara do sortilégio, mandara construir uma avenida toda calcetada com chapas de ouro maciço e pedras preciosas, a qual conduzia diretamente ao castelo, explicando aos seus vassalos:
- O filho do rei que será meu esposo não tardará a chegar; virá a galope bem pelo meio da avenida. Mas se outros pretendentes vierem, cavalgando à beira da estrada, expulsem-nos a chicotadas.
Com efeito, dia por dia, um ano depois do jovem príncipe ter penetrado no castelo, o irmão mais velho achou que podia apresentar-se como sendo o salvador e receber a princesa por esposa. Ao atravessar o portão e vendo aquela avenida calçada no meio de ouro e pedrarias, não quis que o cavalo estragasse com as patas tanta riqueza, que ele já considerava suas, e fez passar o animal pelo lado de fora. Mas, quando chegou diante do portão do castelo, dizendo que era o noivo da princesa, todos riram e depois correram-no de lá a chicote.
Pouco tempo depois, vinha também o segundo príncipe e, quando chegou à entrada do castelo, vendo todo aquele ouro e joias, pensou que seria um pecado arruiná-los. Deixou, portanto, o cavalo galopar pelo lado esquerdo e apresentou-se como sendo o noivo da princesa: teve a mesma sorte que o irmão mais velho: foi corrido a chicote.
Estava justamente findando o ano estabelecido e o terceiro príncipe resolveu deixar a floresta para ir ter com sua amada e ao seu lado esquecer suas mágoas.
Pôs-se a caminho, só pensando na felicidade de tornar a ver a linda princesa; ia tão embebido que nem se quer viu que a estrada estava toda coberta de pedras preciosas. Deixou o cavalo galopar pelo meio da avenida e, quando chegou diante do portão do castelo, este foi-lhe aberto de par em par. Soaram alegres fanfarras e uma multidão de fidalgos saiu para recebê-lo. Dentro em pouco, apareceu a princesa, deslumbrante de beleza, que o acolheu cheia de felicidade, declarando a todos que ele era seu salvador e senhor daquele reino. E as núpcias foram imediatamente realizadas em meio a esplêndidas festas.
Depois de terminadas as festas, que duraram muitos dias, ela contou-lhe que seu pai o havia proclamado inocente e desejava vê-lo de novo.
Acompanhado da rainha, sua esposa, ele foi ter com o pai e contou-lhe tudo quanto se passara: como fora traído pelos irmãos e como estes o obrigaram a calar-se.
O rei, extremamente irritado contra eles, mandou que seus arqueiros os trouxessem à sua presença a fim de receberem o castigo merecido; mas, vendo suas maldades descobertas, eles tinham tomado um barco tentando fugir para terras longínquas para aí esconderem sua vergonha. Não o conseguiram. Sobreveio uma tremenda tempestade, que tragou o navio, e eles pereceram miseravelmente.
很久很久以前,在一个非常遥远的地方,有一个国王生了重病,人们都认为他已经病入膏肓,无药可救了。 国王有三个儿子,他们对父亲的身体非常担心,每当他们伤心之时就跑到王宫的花园里去哭泣。 一次,他们在花园里遇见了一位老人,老人问他们什么使得他们这么伤心。 他们就把自己对父亲生病、担心无法医治的事告诉了老人,老人听了之后说道:"原来是这么回事,我知道有一种生命之水,只要你们的父亲喝上一口,他的病就会好,并且很快就能恢复健康,但这种水非常难找到。"大儿子忙说:"我一定要找到这种水。"他来到生病的父亲面前,请求让他去找生命之水,这是救父亲生命的唯一希望。 但国王说:"不!我宁愿死去。也不要你去冒这个险。"大儿子苦苦哀求父亲让他去,他心里是这样想的:"如果我给父亲找回了生命之水,我就是父亲最亲爱的人了,他一定会让我继承他的王位。"经过努力,国王终于同意了他的请求。
大王子出发了,他一路上趾高气扬、不闻不问。 一天,他来到一座树木从生、怪石林立的深山峡谷中,四下一看,发现他上面的怪石上坐着一个小矮人。 小矮人问他:"王子,你走这么快要到哪儿去呀?""关你什么事呢?你这个丑小鬼。"王子轻蔑傲慢地说完,骑着马走了。 小矮人对他的行为非常生气,针对他念了一句邪恶的咒语。 这一来,大王子骑马所经过的山峡就变得越来越窄,最后山道狭窄到使他一步也不能向前移动了。 他想拨马往来路退回去,但后面的山峡也合在一起使他完全卡在了里面,他想下马走路,可连马也下不来了,竟死死地被咒语困在那儿了。
他的父亲老国王在病中一天挨一天地盼望着大儿子,可就是不见他回转。 时间不等人,二儿子又向父亲说:"爸爸,我要去找生命之水。"他暗想:"我哥哥一定是死了,如果我这一去运气好,这个王国今后肯定就归我来继承了。"国王开始不愿意让他去,但最后经不住他苦苦哀求,就同意了他的请求。 他沿着哥哥相同的路径,抱着相同的态度,在同一个地方遇上了同一个小矮人,小矮人和先前一样说道:"王子,你走这么快要到哪儿去呀?""多管闲事!留意你自己的事情吧。"王子很不屑地回答完,骑着马走了,小矮人气愤之下对他施了同样的魔法,二王子也和他哥哥一样被困在窄窄的山峡中,既不能前进,也不能后退了。 这就是那些自以为聪明、不听劝说、不懂礼貌、骄傲而又愚蠢的人的下场。
二王子出去不少时候了,在和他哥哥一样毫无回音的情况下,小王子也向父亲请求要去寻找生命之水,他自信能很快使父亲恢复健康,最后他征得父亲的同意出发了。 他在同一个地方也遇到了小矮人。 小矮人问道:"王子 ,你走这么快要到哪儿去呀? "王子回答说:"我爸爸生病快要死了,我是去寻找生命之水来救活他的。 您能帮助我吗? "小矮人问道:"你知道到哪儿去找吗? "王子回答道:"不知道。 "小矮人说道:"你对我说话挺和气,又真心诚意地请求我的帮助,我就告诉你到哪儿去找,又如何去找这种生命之水吧。 你所要寻找的水是一座被施了魔法的城堡中一口井里面涌出来的水,我给你一根铁杖和两小块面包,你可以很顺利地到达那儿。 当你到达城堡时,用这根铁杖敲三下城门,门会自动打开。 进门迎面躺着两头饥饿的狮子,张着大嘴随时等候着猎物送上门来,但如果把面包扔给它们,它们就会让你进去,你要尽快到井边去取生命之水,赶在时钟敲过十二点之前出城,要是你稍有耽搁,城门又会关上,你就永远也别想出来了。 "小王子对小矮人热情友好的帮助连声道谢,接过铁杖和面包,按照小矮人的指点出发了。他翻山越岭,漂洋过海,终于到达此行的目的地--被施了魔法的城堡。一切都和小矮人所说的完全相同,他用铁杖敲了三下城门,门向上打开了,扔掉面包让狮子安静下来后,他走进城堡,终于来到一座漂亮的大厅。
大厅周围有几个骑士坐在那儿昏睡着,他取下他们的戒指戴在自己的手指上。 又顺着大厅来到另一间房中,看到一张桌子上有一把宝剑和一块面包,他一起收了起来。 他再来到一个房间里,房子里的一张靠椅上坐着一个年青美丽的少女,看见他进来,少女很高兴地欢迎他,说他为她解脱了魔咒,他就应该得到这个王国,要是他一年之后回到这儿,她就和他结婚。 接着,她又告诉他那口井就在王宫的花园里,要他赶快在十二点钟之前去汲取他所要的生命之水。 告别少女后,他一路寻去,就在他走进那座美丽的花园时,一座令人爽快的凉棚吸引了他的注意。 凉棚下有一张睡椅,看到这些,他想到自己太累了,应该休息一会儿。 于是,他走上前去,在睡椅上躺了下来,很快就沉睡过去,一直睡到时钟响过十一点四十五分才醒来。 当意识到剩下的时间已经不多时,他立即惊慌地跳起来向井口跑去,拿起井边的一个杯子舀了一满杯水,十万火急地及时冲出了城门。 他刚刚跨出铁门,时钟就敲过十二点,铁门从上面落了下来,速度极快,连他的鞋后跟也被切掉了一块。
他从惊慌中回过神来,发现自己没有受到一点伤,再想到自己得到了生命之水,非常兴奋,快快活活地走上了回家的路。 在经过他遇到小矮人的地方时,小矮人仍在那儿,他看见宝剑和面包后说:"你已经得到了价值连城的东西。用这口宝剑,你只要一挥,整个敌军都会被杀死,这块面包则是一块永远吃不完的面包。"王子心想:"我不能一个人回去见我父亲,应该和两个哥哥一起回去。"所以,他说道:"亲爱的小矮神,你能不能告诉我,我的两个哥哥在哪儿吗?他们在我之前出来寻找生命之水,一直没有回去。"小矮人回答说:"我已经用魔法把他们锁在两座山之间了,因为他们太傲慢无礼,不听人劝告。"小王子听了之后,苦苦地为他的两个哥哥求情,乞求小矮人放了他们,尽管小矮人不愿意,但还是将他们放了,并告诫他说:"你要小心提防他们,这两个家伙心术不正。"
他们兄弟见面之后非常高兴,小王子把他是如何发现生命之水,并取了一满杯,以及他是如何解救一个美丽的公主摆脱魔咒的,公主又如何约定一年以后等他去和她完婚 ,要把王位传给他等经历都告诉了他们,然后三人一起骑着马往回赶路。 在路上,他们经过一个国家时,看到那儿正遭受战争和饥饿的蹂躏,土地荒芜,民不聊生,人们都以为这个国家就要灭亡了。 但小王子把那块面包借给那个国王,使他的臣民摆脱了饥饿,又用那把宝剑杀败了敌国的军队,使这个王国恢复了和平,过上了富裕的生活。 一路上,他又以同样的方式帮助了他们所经过的另外两个国家,把他们从危难之中解救出来,使那里的人民得以安居乐业。
最后,他们来到海边,一起上了一艘船。 当船在海上航行的时候,两个哥哥私下说:"弟弟找到了我们没能找到的生命之水,因此,父亲一定会看轻我们,并且会把属于我们的王位传给他。"他们充满妒忌和报复心理,一起商定怎样才能毁了他。 他们等他睡觉后,偷偷地把那杯生命之水倒出来自己藏着,在杯子里换上了海水。
当他们回到王宫时,小儿子把他的杯子端给病重的父亲,满以为他喝了就会恢复健康。 可是国王只尝了一点点海水,病情就更加严重了。 这时,两个大儿子进来斥责小弟弟,说他这样做是想毒害自己的父亲,他们才真正找到了生命之水,并带了回来。 说完,他们把水端给国王喝。 国王刚喝一点,就觉得病好了,而且身体变得和他自己年青时一样强健。 两个哥哥走到弟弟身边嘲笑他说:"哎哟!弟弟,你不是找到了生命之水吗?你千辛万苦跋涉,却让我们得到了回报,你要是聪明一点的话,为什么不把眼睛放亮一点呢?明年,我们俩人会有一个去娶你那美丽的公主。要是你不留点神,把这事说了出去,不仅父亲不会再相信你的话,我们也会要你的命。
要是你安静一些不做声,我们倒是可以饶你性命。 "
老国王的病好了之后,对小儿子仍然很生气,以为他是想害他的命。 于是,他召集大臣一起问他们应该怎么处理这事,最后商定的结果是要将他的小儿子处死,而小王子对此事一点也不知道。 一天,国王的猎手去打猎,他们单独一起在树林中时,王子看见猎人一付愁眉苦脸的样子,就问道:"我的朋友,你有什么心事吗?"猎人回答说:"我不能够,也不敢告诉你。"王子听了这话,苦苦地请求他说:"你只管说,--难道你认为我会生气吗?没关系,我原谅你就是了。"猎人叹口气说道:"哎--!国王要我射杀你。"王子听了大吃一惊,说道:"你就饶了我吧,我把衣服脱下来给你,你拿着这套王室衣服给我父亲看。再请你给我一件你的旧衣服。"猎人说:"从内心来说,我能救你是很高兴的,因为我并不想射杀你。"接着,他脱下自己的旧衣服给了王子,拿着王子的衣服,穿过树林走了。
过了一段时间,有三个王国的大使带着金子和宝石等丰盛的礼物来到了老国王的王宫大院,说这是他们三个国家的国王送给他小儿子的礼物。 因为他的小儿子把宝剑和面包借给他们,使他们的国家打败了敌人,人民不再挨饿。 老国王了解到这些,心里一合计,他想自己的儿子可能没有罪,就对朝臣们说:"哎呀!我竟派人把他杀死了,多么令人伤心啊!但愿我的儿子还活着就好了。"这时,那位猎人说道:"陛下,他真的还活着,因为当时我很同情他,在树林没有射杀他,而是让他平平安安地走了,只带回了他的外衣。现在我很高兴我当时救了他。"国王一听,立即欣喜若狂地传令全国,如果他的儿子回来了,他会原谅他。
也就是在这个时候,那位公主正急切地盼望着她的救命恩人的归来。 她铺了一条通向王宫的路,路全部是用闪闪发光的黄金筑成的。 并告知她的臣民,只要是骑在马背上、直接沿着路面跑进门的人就是她真正的爱人,一定要放他进来。 如果来人是骑着马从路旁边进来的话,他就不是真的,一定要立即把他赶走。
约定的一年期限很快就要到了。 大王子想,他应该抢先去见公主,告诉她说是他解救了她,他就可以娶她作妻子,并得到那个王国了。 当他来到王宫前看到金子铺成的路时,他停了下来,心里暗想:"骑着马在这么漂亮的路上跑多可惜呀!"于是,他拔转马头,从路的右边骑了过去。 可当他走到宫门口时,卫兵对他说他不是真的,要他走开。 不久,二王子也抱着同样的心理出发了,当他来到金子路前,那匹马的一只脚还只是刚踏上路面,他便立即把马勒住。 望着这闪闪发光的道路,他心想,这路真漂亮,禁不住自言自语地说:"要是有什么东西踩在这上面就太煞风景了!"他说,所以,他也拨转马头从路的左边骑了进去。 但当他来到宫门时,卫兵说他不是真王子,也把他轰走了。
现在,一年的正式期限到了,小王子离开森林要去找他的未婚新娘。 这之前,他因害怕自己的父亲不原谅他,所以一直躲在树林里。 一路上,他老是想着她,快马加鞭不停地飞驰,甚至到了金子路也没有注意到,仍然骑着马直接从路上跑去。 待他来到宫门时,门立即打开了,那位公主非常高兴地来欢迎他的到来,说他就是自己的救命恩人,现在,他是自己的丈夫,也是这个王国的君主了。 婚礼在盛大的宴会中举行了,当一切办完之后,公主告诉他,说她听说了他的父亲已经原谅了他,希望他能再回家去。 新国王听了之后,回去见了父亲,将他的两个哥哥如何欺骗他,抢去生命之水的事情都告诉了父亲,并说明是出于对父亲的爱,他才忍受了所有的冤屈。 老国王听了异常震怒,要惩罚他的两个劣子。 但两个儿子听到风声后逃跑了,他们上了一条船扬帆出海去了,从此,再也没有听到过他们的消息。