Há muito e muito tempo, bem no meio do inverno, quando os flocos de neve caíam do céu leves como plumas, uma rainha estava sentada costurando junto a uma janela com esquadrias de ébano. Costurava distraída, olhando os flocos de neve que caíam lá fora e, por isso, espetou o dedo com a agulha e três gotas de sangue caíram na neve. Aquele vermelho em cima do branco ficou tão bonito que ela pensou: "Eu queria ter um neném assim, que fosse branco como a neve, vermelho como o sangue e negro como a madeira da moldura desta janela."
Algum tempo depois, ela teve uma filha, que era branca como a neve, vermelha como o sangue e tinha cabelos negros como o ébano. Deram a ela o nome de Branca de Neve, mas, quando ela nasceu, a rainha morreu.
Um ano mais tarde, o rei casou de novo. A nova rainha era linda, mas muito orgulhosa e prepotente; tão vaidosa que não podia suportar a idéia de que alguém pudesse ser mais bonita do que ela. Tinha um espelho mágico e gostava de se olhar nele e perguntar:
- Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país?
E o espelho respondia:
- Senhora Rainha, tu és a mais linda de todo o país.
Então ela ficava satisfeita, porque sabia que o espelho dizia sempre a verdade.
Mas, à medida que Branca de Neve crescia, ia ficando cada vez mais bonita e, quando tinha sete anos, já era tão bela quanto o dia e mais bonita do que a própria rainha. Um dia, quando a rainha perguntou ao espelho:
- Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país?
O espelho respondeu:
- Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve é mil vezes mais linda que todas as lindas que há por aí.
A rainha engoliu em seco, ficou amarela e verde de inveja. Cada vez que ela olhava para Branca de Neve, depois disso, tinha tanto ódio dela que seu sangue até fervia no peito. A inveja e o orgulho cresceram como ervas daninhas dentro do coração da rainha até que ela não conseguia ter um momento de sossego, nem de noite nem de dia. Finalmente, mandou chamar um caçador e disse:
- Suma com essa menina da minha frente. Quero que você a leve para o fundo da floresta e a mate. Para provar que você fez mesmo isso, traga-me os pulmões e o fígado dela.
O caçador obedeceu. Levou a menina para a floresta, mas, quando puxou seu facão de caça e se preparava para atravessar o coração inocente de Branca de Neve, ela começou a chorar e disse:
- Por favor, querido caçador, deixe-me viver. Eu fujo para o fundo do mato e nunca mais volto para casa...
Ela era tão bonita que o caçador ficou com pena e disse:
- Está bem, menina, pobre coitada. Fuja!
Mas, para si mesmo, pensou: "Num instante os animais selvagens vão devorá-la." Porém, como nesse caso não era ele mesmo quem ia matar a criança, isso já tirava um peso enorme de cima dele. Logo depois, um filhote de javali saiu correndo do mato. O caçador meteu a faca nele, tirou os pulmões e o fígado e os levou para a rainha, como prova de que tinha cumprido sua missão. A malvada mandou o cozinheiro salgar e assar esses miúdos e comeu tudo, certa de que estava comendo os pulmões e o fígado de Branca de Neve.
Enquanto isso, a pobre menina estava sozinha no meio da grande floresta. Apavorada, ela se assustava com todas as folhas das árvores e não sabia para onde ir. Começou a correr. Correu, correu, por cima de pedras afiadas e pelo meio de moitas de espinhos e os animais ferozes passavam por ela sem fazer mal nenhum. Correu enquanto as pernas agüentaram até que, finalmente, pouco antes de anoitecer, avistou uma casinha e entrou nela para descansar.
Lá dentro tudo era pequenininho, mas limpo de fazer gosto. A mesa estava posta com uma toalha branca e sete pratinhos, cada um com sua faca, seu garfo, sua colher e sete canequinhas. Do outro lado, junto à parede, havia sete caminhas enfileiradas, cobertas por lençóis brancos imaculados. Branca de Neve estava morrendo de fome e sede, mas não queria comer a comida toda de ninguém, por isso comeu um pouquinho de pão e de legumes de cada prato e bebeu um gole de vinho de cada caneca. Depois estava tão cansada que resolveu se deitar em uma das camas, mas nenhuma servia exatamente para ela - algumas eram compridas demais, outras eram curtas demais, até que a sétima era do tamanho perfeito. Resolveu ficar por ali, rezou suas orações e caiu no sono.
Quando já estava bem escuro, chegaram os donos da casa. Eram sete anões que, todos os dias, iam para as montanhas minerar prata, com suas pás e picaretas. Acenderam suas sete velinhas e, quando tudo ficou iluminado, eles perceberam que alguém tinha estado por ali, porque algumas coisas estavam fora do lugar. O primeiro disse:
- Quem sentou na minha cadeira?
E o segundo:
- Quem comeu no meu prato?
E o terceiro:
- Quem deu uma dentada no meu pão?
E o quarto:
- Quem andou beliscando os meus legumes?
E o quinto:
- Quem usou o meu garfo?
E o sexto:
- Quem cortou com minha faca?
E o sétimo:
- Quem bebeu na minha caneca?
Depois, o primeiro olhou em volta e viu que a cama dele estava amassada, como se
tivesse uma coisa cavada no meio e perguntou:
- Quem deitou na minha cama?
Os outros vieram correndo e gritaram:
- Alguém deitou na minha cama também!
Mas quando o sétimo olhou para a cama dele, viu que Branca de Neve ainda estava deitada lá, dormindo. Chamou os outros, que chegaram num instante. Começaram a gritar muito espantados, foram buscar as velas e as levantaram bem alto por cima de Branca de Neve:
- Deus do céu! - gritaram - Deus do céu! Que menina tão linda!
Ficaram tão maravilhados com ela que nem a acordaram, mas deixaram que ela continuasse dormindo na caminha. O sétimo anão dormiu com seus companheiros, uma hora com cada um e depois a noite já tinha acabado.
Na manhã seguinte, Branca de Neve acordou e, quando viu os sete anões, levou um
susto. Mas eles foram muito simpáticos, com um jeito amigo e perguntaram:
- Qual é o seu nome?
- Meu nome é Branca de Neve - respondeu ela.
- Como é que você veio parar na nossa casa? - os anões quiseram saber.
Então ela contou a eles tudo o que tinha acontecido, como a madrasta queria matá-la, como o caçador poupou a vida dela, como ela tinha caminhado o dia todo até que, finalmente, encontrou a casinha deles. Os anões disseram:
- Se você tomar conta de nossa casa, cozinhar para nós, fizer as camas, lavar, costurar e cerzir as nossas roupas e deixar tudo bem limpinho e arrumado sempre, pode ficar morando conosco e nunca vai lhe faltar nada.
- Que bom! - disse Branca de Neve - Eu ia adorar...
E foi assim que ela ficou tomando conta da casa. Todas as manhãs eles saíam para a montanha, para garimpar ouro e prata e, todas as noites, voltavam para casa e ela tinha que ter feito o jantar. Mas ela passava o dia todo sozinha e os bondosos anões acharam bom avisar:
- Muito cuidado com sua madrasta. Ela vai descobrir logo que você está aqui. Não
deixe ninguém entrar nunca.
Pois bem, a rainha que pensava ter comido os pulmões e o fígado de Branca de Neve, agora tinha certeza de que era a mais bonita do lugar. Foi até diante do espelho e perguntou:
- Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país?
E o espelho respondeu:
- Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve, que já foi-se embora com os sete anões, na montanha onde mora, é mil vezes mais linda que todas as lindas que há por aí.
A rainha engoliu em seco. Como ela sabia que o espelho não mentia nunca, compreendeu que o caçador a enganara e que Branca de Neve ainda estava viva. Ficou então pensando sem parar, imaginando que jeito podia dar para matar a menina, porque ela tinha que ser a mulher mais linda do mundo... Se não, a inveja não ia deixá-la em paz. Afinal, acabou fazendo um plano. Sujou o rosto todo e se vestiu como se fosse uma velha vendedora ambulante, para que ninguém pudesse reconhecê-la. Com esse disfarce, atravessou as sete montanhas até a casa dos sete anões, bateu na porta e anunciou:
- Belas coisas para vender! Quem quer comprar? Bonito e barato!
Branca de Neve olhou pela janela e perguntou:
- Bom dia, minha boa velha, que é que a senhora tem para vender?
- Corpetes lindos, de todas as cores - respondeu ela. E estendeu um corpete brilhante,
tecido em seda colorida.
"Esta senhora tem um ar tão honesto," pensou Branca de Neve, "não pode fazer mal
se eu deixar que ela entre..." Por isso, abriu a porta e comprou o belo corpete.
- Minha filha, você está toda mal-ajambrada! - disse a velha - Venha cá, deixe que eu
dê o laço direito...
Sem desconfiar de nada, Branca de Neve se aproximou dela e deixou que a velha a vestisse e amarrasse o corpete novo. Mas ela teve um gesto tão rápido e apertou tanto o cadarço do colete, que Branca de Neve ficou sem fôlego e caiu como se tivesse morrido.
- Muito bem, - disse a rainha - agora você não é mais a mais linda do mundo.
E foi embora correndo. Um pouco mais tarde, quando caiu a noite, os sete anões voltaram para casa. Ficaram horrorizados ao ver sua adorada Branca de Neve caída no chão! Ela estava tão imóvel que eles pensaram que ela estivesse morta. Levantaram-na com cuidado e, quando viram que a roupa estava apertada demais, cortaram o corpete. Com isso, ela respirou um pouquinho e, bem devagar, foi voltando à vida. Quando os anões ouviram o que tinha acontecido, disseram:
- É claro que essa velha vendedora era a rainha malvada e mais ninguém. Você tem
que ser mais cuidadosa e não pode deixar ninguém entrar em casa.
Quando a malvada chegou em casa, foi direto para a frente do espelho perguntar:
- Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país?
E o espelho respondeu, como sempre:
- Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve, que já foi-se embora com os sete anões, na montanha onde mora, é mil vezes mais linda que todas as lindas que há por aí.
Quando ouviu isso, a rainha sentiu um aperto tão grande no peito que parecia que o
sangue ia ferver, pois compreendeu que Branca de Neve ainda estava viva.
- Mas não faz mal... - disse - Desta vez vou pensar em alguma coisa que vai mesmo
destruir você de uma vez por todas...
Com a ajuda de uns encantamentos mágicos que conhecia, fez um pente envenenado.
Depois se disfarçou de novo, como se fosse outra velhinha. E, mais uma vez,
atravessou as sete montanhas até a casa dos sete anões, bateu na porta e disse:
- Belas coisas para vender! Quem quer comprar? Bonito e barato!
Branca de Neve olhou pela janela e disse:
- Vá embora! Não posso deixar ninguém entrar.
- Mas você pode olhar, não pode? - perguntou a velha, mostrando o pente.
A menina gostou tanto dele que esqueceu de tudo e abriu a porta. Combinaram o
preço e aí a velha disse:
- Agora eu vou pentear você direitinho.
Sem desconfiar de nada, Branca de Neve ficou bem quieta, deixando que a velha a penteasse, mas, assim que o pente tocou seu cabelo, o veneno fez efeito e ela caiu desmaiada, como se estivesse morta.
- Aí está, minha beleza, - disse a malvada - agora vai ser o seu fim.
E foi-se embora. Mas, felizmente, a noite já vinha caindo e logo os anões chegaram em casa. Quando viram Branca de Neve caída no chão como se estivesse morta, imediatamente desconfiaram da madrasta. Examinaram Branca de Neve com cuidado e encontraram o pente envenenado. Assim que o arrancaram dos cabelos dela, a menina despertou e contou como tudo tinha acontecido. Mais uma vez, eles avisaram que ela precisava ter cuidado e não devia abrir a porta para ninguém. Quando a rainha chegou ao castelo, foi direto para o espelho e perguntou:
- Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país?
O espelho respondeu do mesmo jeito que antes:
- Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve, que já foi-se
embora com os sete anões, na montanha onde mora, é mil vezes mais linda que todas
as lindas que há por aí.
Quando ouviu o espelho dizer isso, ela tremeu e se sacudiu de raiva, gritando:
- Branca de Neve tem que morrer! Mesmo que isto custe a minha própria vida.
Então ela foi até um quarto secreto e isolado onde ninguém entrava, nem se sabia que
existia e fez uma maçã muito venenosa. Tinha um aspecto tão bonito por fora, branca
com faces vermelhas, que qualquer pessoa que a visse ia querer comer. Mas qualquer
um que comesse um pedacinho ia morrer. Quando a maçã ficou pronta, ela sujou bem
o rosto e se disfarçou de camponesa. E, mais uma vez, atravessou as sete montanhas
até a casa dos sete anões. Bateu na porta e Branca de Neve pôs a cabeça para fora
da janela.
- Não posso deixar ninguém entrar. Os anões não querem.
- Não faz mal - disse a camponesa - eu só quero me livrar dessas maçãs. Tome. Eu
lhe dou uma de presente.
- Não posso - disse Branca de Neve - não posso aceitar nada.
- Você está com medo de que esteja envenenada? - perguntou a velha - Bobagem... Veja, vou cortar a maçã pelo meio. Você fica com a banda vermelha e eu fico com a banda branca.
Mas a maçã tinha sido tão bem feita que só a banda vermelha é que tinha veneno. Branca de Neve estava morrendo de vontade de comer a maçã e, quando viu a camponesa dando uma dentada na fruta, não conseguiu resistir. Estendeu a mão e pegou a metade envenenada. Assim que deu uma mordida, caiu morta no chão. A rainha deu um olhar cruel, uma gargalhada terrível e disse:
- Branca como a neve, vermelha como o sangue, negra como o ébano... Desta vez os
anões não vão conseguir reviver você...
E, quando chegou ao castelo, perguntou ao espelho:
- Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país?
E o espelho finalmente respondeu:
- Senhora Rainha, tu és a mais linda de todo o país.
Então seu coração invejoso ficou sossegado - se é que um coração invejoso pode ficar sossegado. Quando os anões voltaram para casa ao cair da noite, encontraram Branca de Neve caída no chão. Não saía nem um pouco de hálito de sua boca e ela estava morta realmente.
Eles a levantaram, procuraram bem para ver se encontravam alguma coisa venenosa, afrouxaram as roupas dela, despentearam o cabelo, lavaram a menina com água e vinho, mas não adiantou nada - sua bem-amada estava morta e morta ficou. Puseram-na numa maca, sentaram-se todos em volta, choraram e se lamentaram durante três dias. Depois iam enterrá-la. Mas ela ainda tinha aspecto fresco e cheio de vida e continuava com suas lindas bochechas vermelhas.
- Não podemos botar essa menina na terra escura - disseram.
Então fizeram um caixão transparente, de vidro, de modo que ela pudesse ser vista de todos os lados. Deitaram Branca de Neve no caixão e escreveram o nome dela em letras de ouro, acrescentando que ela era filha de um rei. Depois puseram o caixão no alto de uma colina e um deles sempre ficava ao lado, montando guarda. E os pássaros foram chegando e também choraram por Branca de Neve; primeiro uma coruja, depois um corvo e depois uma pomba.
Branca de Neve ficou no caixão por muitos e muitos anos. Ela não se decompunha e parecia dormir, continuando sempre branca como a neve, vermelha como o sangue e negra como o ébano. Até que um dia um príncipe veio por aquela floresta e parou para passar a noite junto à casa dos sete anões. Viu o caixão no alto da colina, viu a linda Branca de Neve dentro dele, leu as letras de ouro no caixão. Então, disse aos anões:
- Eu quero esse caixão, por favor. Pagarei por ele o quanto vocês pedirem.
Mas os anões responderam:
- Não nos separaríamos dele nem por todo o dinheiro do mundo.
- Então, por favor, me dêem o caixão, - insistiu ele - porque não vou poder continuar vivendo se não puder ficar olhando Branca de Neve. Vou honrá-la e respeitá-la para sempre.
Aí os anões ficaram com pena e resolveram dar o caixão a ele. Quando os criados do príncipe o levantaram e foram carregá-lo nos ombros, um deles tropeçou numa raiz. Com o tropeção, o pedaço envenenado da maçã que ela havia comido se soltou da garganta, Branca de Neve desengasgou, abriu os olhos, levantou a tampa do caixão, sentou e voltou à vida.
- onde é que eu estou? - perguntou.
- Está comigo! - respondeu o príncipe, todo alegre.
Então ele contou o que tinha acontecido e disse:
- Eu amo você mais do que qualquer outra coisa no mundo. Venha comigo até o
castelo de meu pai e vamos nos casar.
Branca de Neve também se apaixonou pelo príncipe e foi com ele. Começaram logo os preparativos para uma festa maravilhosa de casamento. A madrasta malvada de Branca de Neve também foi convidada. Depois de se arrumar toda, com suas roupas mais bonitas, foi para a frente do espelho perguntar:
- Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país?
O espelho respondeu:
- Senhora rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas a jovem rainha é mil vezes
mais linda que todas as lindas que há por aí.
Ouvindo isso, a malvada xingou e amaldiçoou. Ficou tão horrorizada que não sabia o que fazer. Primeiro não queria ir ao casamento, mas não podia resistir à curiosidade de ver a jovem rainha. No momento em que entrou no salão, reconheceu Branca de Neve e ficou tão apavorada que nem conseguiu se mexer. Mas já tinham mandado botar dois sapatinhos de ferro na brasa. Alguém os tirou de lá com umas tenazes e os pôs diante dela, que foi obrigada a calçar os sapatinhos em brasa e dançar até cair morta.
严冬时节,鹅毛一样的大雪片在天空中到处飞舞着,有一个王后坐在王宫里的一扇窗子边,正在为她的女儿做针线活儿,寒风卷着雪片飘进了窗子,乌木窗台上飘落了不少雪花。 她抬头向窗外望去,一不留神,针刺进了她的手指,红红的鲜血从针口流了出来,有三点血滴落在飘进窗子的雪花上。 她若有所思地凝视着点缀在白雪上的鲜红血滴,又看了看乌木窗台,说道:"但愿我小女儿的皮肤长得白里透红,看起来就像这洁白的雪和鲜红的血一样,那么艳丽,那么骄嫩,头发长得就像这窗子的乌木一般又黑又亮!"
她的小女儿渐渐长大了,小姑娘长得水灵灵的,真是人见人爱,美丽动人。 她的皮肤真的就像雪一样的白嫩,又透着血一样的红润,头发像乌木一样的黑亮。 所以王后给她取了个名字,叫白雪公主。 但白雪公主还没有长大,她的王后妈妈就死去了。
不久,国王爸爸又娶了一个妻子。 这个王后长得非常漂亮,但她很骄傲自负,嫉妒心极强,只要听说有人比她漂亮,她都不能忍受。 她有一块魔镜,她经常走到镜子面前自我欣赏,并问道:
"告诉我,镜子,告诉我实话!
这儿所有的女人谁最漂亮?
告诉我她是谁? "
镜子回答道:"是你,王后!你就是这儿最漂亮的女人。"
听到这样的话,她就会满意地笑起来。 但白雪公主慢慢地长大,并出落得越来越标致漂亮了。 到了七岁时,她长得比明媚的春光还要艳丽夺目,比王后更美丽动人。 直到有一天,王后像往常一样地去问那面魔镜时,镜子作出了这样的回答:
"王后,你是美丽漂亮的,但是白雪公主要比你更加漂亮!"
她听到了这话,心里充满了愤怒和妒忌,脸也变得苍白起来。 她叫来了一名仆人对他说:"给我把白雪公主抓到大森林里去,我再也不希望看到她了。"仆人把白雪公主带走了。 在森林里他正要动手杀死她时,她哭泣着哀求他不要杀害她。 面对楚楚动人的可怜小公主的哀求,仆人的同情之心油然而生,他说道:"你是一个人见人爱的孩子,我不会杀害你。"这样,他把她单独留在了森林里。 当仆人决定不再杀害白雪公主,而把她留在那儿时,尽管他知道在那荒无人际的大森林里,她十有八九会被野兽撕成碎片,但想到他不必亲手杀害她,他就觉得压在心上的一块沉重的大石头落了下来。
仆人走了以后,白雪公主一个人非常害怕,她在森林里到处徘徊,寻找出去的路。 野兽在她身旁吼叫,但却没有一个去伤害她。 到了晚上,她来到了一间小房子跟前。 当她确定这间房子没有人时,就推门走进去想休息一下,因为她已经实在走不动了。 一进门,她就发现房子里的一切都布置得井井有条,十分整洁干净。 一张桌子上铺着白布,上面摆放着七个小盘子,每个盘子里都装有一块面包和其它一些吃的东西,盘子旁边依次放着七个装满葡萄酒的玻璃杯,七把刀子和叉子等,靠墙还并排放着七张小床。 此时她感到又饿又渴,也顾不得这是谁的了,走上前去从每块面包上切了一小块吃了,又把每只玻璃杯里的酒喝了一点点。 吃过喝过之后,她觉得非常疲倦,想躺下休息休息,于是来到那些床前,七张床的每一张她几乎都试过了,不是这一张太长,就是那一张太短,直到试了第七张床才合适。 她在上面躺下来,很快就睡着了。
不久,房子的主人们回来了,他们是七个在山里开矿采金子的小矮人。 他们点亮七盏灯,马上发现有人动过房子里的东西。 第一个问:"谁坐过我的凳子?"第二个问:"谁吃过我盘子里的东西?"第三个问:"谁吃过我的面包?"第四个问:"谁动了我的调羹?"第五个问:"谁用过我的叉子?"第六个问:"谁用过我的小刀?"第七个问:"谁喝过我的葡萄酒?"第一个接着向四周瞧,走到床前,叫道:"是谁在我的床上睡过?"其余的一听都跑过来,紧跟着他们也都叫了起来,因为他们都看得出有人在他们的床上躺过。 第七个矮人一看他的床上正睡着的白雪公主,立刻把他的兄弟们都叫了过来,他们拿来灯,仔细照着白雪公主看了好一阵子,惊奇地感叹道:"我的天哪,她是一个多么可爱的孩子呀!"他们欣喜而又爱怜地看着她,生怕将她吵醒了。 晚上,第七个小矮人轮着和其他的几个小矮人每人睡一个小时,度过了这个夜晚。
第二天早上,白雪公主醒来后见有七个小矮人围着她,吓了一大跳,但他们非常和气地问她说:"你叫什么名字?"看着他们那善良朴实的面孔和热情的目光,她回答说:"我叫白雪公主。"小矮人们又问:"你是怎样到我们家里来的?"于是,白雪公主向他们讲述了自己的全部经历。 他们听了非常同情,说道:"如果你愿意为我们收拾房子、做饭、洗衣服、纺线、缝补衣裳,你可以留在这儿,我们会尽心照料你的。"白雪公主很乐意地说:"好的,我非常愿意。"这样,七个小矮人每天到山里寻找金子和银子,白雪公主则待在家里干些家务活。 他们告诫她说:"王后不久就会找出你在哪儿的,你千万不要让任何人进屋来。"
那个仆人回来复命后,王后以为白雪公主已经死了,这下,她一定是全国最漂亮的女人了,她走到魔镜面前说:
"告诉我,镜子,告诉我实话!
全国所有的女人谁最漂亮?
告诉我她是谁? "
镜子回答说:
"是你,王后!
你是这块地方最漂亮的女人,
但是在山的那一边,
在那绿色的树荫下,
有七个小矮人建造的小房屋,
白雪公主就躲藏在那里,
哎呀,王后!
她比你更漂亮。 "
王后听了大吃一惊,因为她知道这面镜子是从不说假话的,一定是那仆人蒙骗了她,她决不能容忍有任何比她更漂亮的人活在这个世上。 所以,她把自己装扮成一个卖杂货的老太婆,翻山越岭来到了那七个小矮人的住处。 她敲着门喊道:"卖杂货,多好的杂货呀!"白雪公主从窗户往外看去,说道:"老人家,你好!你卖的是什么啊?"她回答道:"好东西,好漂亮的东西,有各种颜色的带子和线筒。"白雪公主暗想:"这老太婆,好像并不是那种坏人,就让她进来吧。"想到这里,她跑过去打开门。 老太婆进来后说道:"哎呀!看你的胸带多差呀,来吧,让我给你系上一根漂亮的新带子。"白雪公主做梦也没想到这会有危险,所以她走上前去站在了老太婆的面前。 老太婆很熟练地将带子给她系在胸前,系着系着,突然,她猛地用力将带子拉紧,白雪公主便被勒得透不过气来,很快失去知觉倒在了地上,就像死去了一样。 看到她的样子,恶毒的王后说道:"这下你的美丽该结束了吧!"说完放心地走了。
晚上,七个小矮人回来了,当他们看到他们诚实可爱的白雪公主躺在地上一动不动,就像死了一样时,他们的心马上缩紧了,急忙上前将她抬了起来,他们马上剪断了带子。 过了一会儿,白雪公主慢慢地开始呼吸了,不久她又活了过来。 听她讲完事情的经过后,他们说道:"那个老太婆就是王后,下次你要当心,在我们离开后,千万不要让任何人进来。"
王后一回到家里,就迫不急待地径直走到魔镜面前,像往常一样对着镜子说话。 但令她吃惊的是镜子的回答仍然是这样的:
"是你,王后!
你是这块地方最漂亮的女人,
但是在山的那一边,
在那绿色的树荫下,
有七个小矮人建造的小房屋,
白雪公主就躲在那里,
哎呀,王后!
她比你更漂亮。 "
知道白雪公主仍然活着,恼怒与怨恨使王后浑身血气翻涌,心里却凉透了。 她不甘心,不能忍受,于是又对自己进行打扮,这次的伪装尽管还是一个老太婆,但却完全不同于上次。 伪装好后,她带上一把有毒的梳子,翻山越岭来到了七个小矮人的房门前,敲着门喊道:"买不买东西哟!"白雪公主在里面听到了,把门握开一条缝说道:"我可不敢让别人进来了。"王后连忙说道:"你只要看看我这把漂亮的梳子就行了。"说完把那把有毒的梳子递了进去。 梳子看起来的确很漂亮,白雪公主拿过梳子,想在头上试着梳一梳,但就在梳子刚碰到她的头时,梳子上的毒力发作了,她倒在地上,失去了知觉。 王后冷笑着说道:"你早该这样躺着了。"说完就走了。
幸运的是这天晚上,小矮人们回来得很早,当他们看见白雪公主躺在地上时,知道一定又发生了不幸的事情,急忙将她抱起来查看,很快就发现了那把有毒的梳子。 他们将它拔了出来,不久,白雪公主恢复了知觉,醒了过来。 接着,她把事情发生的经过告诉了他们,七个小矮人再次告诫她,任何人来了都不要再开门。
此刻,王后已回到王宫,站在了魔镜前,询问着镜子,但听到的竟还是和上次相同的回答。 这下,她气得浑身都哆嗦起来了,她无法忍受这样的回答,狂叫道:"白雪公主一定要死,即使以我的生命为代价也在所不惜!"她悄悄地走进一间偏僻的房子里,精心制做了一个毒苹果。 这苹果的外面看起来红红的,非常诱人,但只要吃一点就会要人的命。 接着,她将自己装扮成一个农妇,翻山越岭又来到了小矮人的房舍,伸手敲了敲门。 白雪公主把头从窗户里探出来说道:"我不敢让人进来,因为小矮人们告诫我,任何人来了都不要开门。""就随你吧,"老农妇拿出那个毒苹果说道,"可是这苹果实在是太漂亮可爱了,我就作一个礼物送给你吧。"白雪公主说道:"不,我可不敢要。"老农妇急了:"你这傻孩子,你担心什么?难道这苹果有毒吗?来!你吃一半,我吃一半。"说完就将苹果分成了两半。 其实,王后在做毒苹果时,只在苹果的一边下了毒,另一边却是好的。 白雪公主看了看那苹果,很想尝一尝,因为那苹果看起来很甜美。 她看见那农妇吃了那一半,就再也忍不住了,接过另一半苹果咬了一口。 苹果刚一进口,她就倒在地上死去了。 王后一见,脸上露出了快意的狞笑,说道:"这次再没有人能救你的命了!"她回到王宫,来到魔镜前,问道:
"告诉我,镜子,告诉我实话!
全国所有的女人谁最漂亮?
告诉我她是谁? "
镜子回答道:
"是你,王后!
你就是全国最漂亮的女人。 "
听到这句话,王后的嫉妒心才安定下来,感到十分愉快和幸福。 夜幕降临时,小矮人都回到了家里,他们发现白雪公主躺在地上,嘴里没有了呼吸。 他们不相信她真的死了,将她抱了起来,给她梳头发,用酒和水为她洗脸,但一切都是徒劳的,因为小姑娘看来已真的死了。 他们极为伤心地将她放在棺木上,七个小矮人坐在旁边守着。 他们悲痛欲绝,整整守了三天三夜。 最后他们绝望了,准备将她入土掩埋,但看到白雪公主的脸色红润依旧,栩栩如生,他们说:"我们不能把她埋在阴冷黑暗的地下。"所以,他们做了一口从外面也能看见她的玻璃棺材把她放了进去,棺材上用金子嵌着白雪公主的名字及铭文。 小矮人们将棺材安放在一座小山上面,由一个小矮人永远坐在旁边看守。 天空中飞来不少鸟儿,首先是一只猫头鹰,接着是一只渡鸦,最后飞来的是一只鸽子,它们都来为白雪公主的死而痛哭。
白雪公主就这样一直被安放在小山上,过了很久很久,她的样子看起来仍然像是在那儿安睡,皮肤仍然如雪一样的白嫩,脸色仍然透着血一般的红润,头发仍然如乌木一样又黑又亮。 直到有一天,一个王子来到了小矮人的房子前,拜访了七个小矮人。 在小山上,他看到了白雪公主及棺材上的铭文,心里非常激动,一刻也不能平静。 他对小矮人说要付给他们金钱,求他们让他把白雪公主和棺材带走。 但小矮人说:"就是用世界上所有的金子来换,我们也不会同意让她离我们而去的。"王子不停地恳求,甚至哀求。 看到他如此真心诚意,他们终于被他的虔诚所感动,同意让他把棺材带走。 但就在他叫人把棺材抬起准备回家时,棺材被撞了一下,那块毒苹果突然从她嘴里吐了出来,白雪公主马上醒了。 她茫然问道:"我这是在哪儿呀?"王子回答说:"你好端端地与我在一块儿。"接着,把发生的一切都告诉了她,最后说道:"我爱你胜过爱世界上的一切,走吧!与我到我父亲的王宫去,我将娶你做我的妻子。"白雪公主同意了,并与王子一同回了家。 在将一切准备好,将王宫装饰得富丽堂皇后,他们就要举行婚礼了,他们邀请了许多客人来参加婚礼。
在他们邀请的客人当中,其中就有白雪公主的继母王后,她将自己打扮得富贵典雅,对着魔镜说道:
"告诉我,镜子,告诉我实话!
全国所有的女人谁最漂亮?
告诉我她是谁? "
镜子回答说:
"是你,我想这儿是你最漂亮,
但是王子的新娘比你漂亮得多。 "
听到这些话,她又勃然大怒起来,但又无可奈何。 嫉妒心与好奇心使她决定去看看这位新娘。 当她到达举行婚礼的地方,才知道这新娘不是别人,正是她认为已经死去很久的白雪公主。 看到白雪公主,她气得昏了过去,自此便一病不起,不久就在嫉妒、愤恨与痛苦的自我煎熬中死去了。 白雪公主和王子结婚后,美满的生活充满了欢乐和幸福,他们一辈子都快快乐乐地在一起。