Como pioneiro da arte abstrata chinesa, Tan Ping, hoje com mais de 50 anos de idade, não parece um artista. Bem-humorado, de sorriso carinhoso e olhar de erudito, Tan Ping parece ser somente um professor universitário comum. Mas, quando você está diante de uma de suas obras, ele se torna uma figura complexa e densa. Muitos chineses não entendem seu estilo, enquanto os ocidentais acham que Tan Ping é um grande representante do estilo oriental do abstracionismo.
De acordo com Tan, seus sentimentos são muito mais complexos do que a sua aparência simples sugere. Ele nunca está plenamente satisfeito com seu trabalho e sempre procura expressar seus sentimentos de forma mais livre em suas obras.
Em 1980, Tan entrou para o Departamento de Gravura da Academia Central de Belas Artes. Vindo de Chengde, uma cidade pequena no norte da China, Tan Ping chegou à capital do país, Beijing, como um estudante universitário de espírito rebelde. Ele sempre tinha ideias diferentes de seus colegas. O ensino acadêmico enfatizava o estilo prático e garantia o treinamento básico necessário. Nas aulas de croquis, os estudantes precisavam desenhar o mesmo objeto ou modelo durante semana, até mesmo meses, para reajustar estrutura, uso de cores, luzes e composição, o que era bastante monótono. O aspirante a pintor começou a questionar: o que são realmente os croquis? Em 1987, ele participou de um concurso de croquis com três obras feitas da observação de sacos de rede e gaze.
"O que são croquis? Acho que são esboços em branco e preto. Então, segundo esse conceito, muitas coisas pertencem à família dos croquis. Fiz três obras a partir das imagens de uma rede. Copiei sacos feitos de rede e gaze e, depois, rabisquei as formas. As obras parecem pinturas impressas, mas, de fato, foram feitas à mão. O meu trabalho foi o destaque do concurso."
Nos anos 1980 e 1990, Tan experimentou o uso da abstração na gravura. Em 1998, ele foi estudar na Alemanha e viu como era o ensino de Belas Artes no ocidente.
"Quando estudava na Alemanha, as aulas práticas eram dividas em diferente períodos. Eles tinham conceitos totalmente diferentes do que é ensino. Por exemplo, praticávamos desenhar modelos em movimento, a estrutura humana, e até pintar acompanhando a música. Quando a música aumentava o ritmo, todos tinham que desenhar com mais velocidade, como loucos."
As pinturas de Tan se tornaram mais livres e, ainda que ele tenha formado seu próprio estilo artístico, o jovem pintor pôde sentir a solidão que vem com a vida de artista. Ele disse que a arte abstrata é um dilema, porque as obras reconhecidas pelo público são as que provavelmente faltam de características únicas. Mas, quando você cria algo de estilo único, você precisa aprender a aceitar a solidão, pois pouca gente o reconhecerá como um bom artista.
Na opinião de Tan, a arte abstrata é o entendimento da vida, e seu conhecimento do mundo vai definir seu caminho dentro da área. Se ele esquecer a vida original, suas obras vão perder o espírito e o encanto. No seu livro " A história do crescimento", ele usa fotos lindas e palavras simples. A publicação é material de ensino para estudantes da Faculdade de Design. Alguns internautas o consideram como "o livro mais bonito de todos os tempos". Tan explicou:
"Alguns designers sempre prestam mais atenção ao mundo de fora e à vida; o que os outros precisam, o que é a beleza, entre outros questionamentos. Mas esses profissionais dificilmente pensam sobre si próprios. Quais são suas próprias opiniões sobre o mundo, o que faz deles únicos e como é sua vida. Sem um entendimento profundo de si próprio, sua compreensão sobre o mundo não é original. Um ponto indispensável de ser um designer verdadeiro é que você precisa conhecer completamente a si próprio."
Algumas pessoas dizem achar que as obras de Tan demonstram a inteligência, a meditação e o pensamento orientais. Em 2008, Tan realizou uma exibição ao lado de um artista de gravura alemão, além de realizar a exposição "Dor e Conforto" em Beijing, na qual mostrou seus entendimentos sobre a arte e a vida.
"O que parece mais simples nas obras são realmente as partes mais difíceis. A criação artística é também uma criação psicológica. A pintura é como um estranho: no início, você quer colocar muitas coisas no papel, mas depois vai pintar cada vez menos, até que poucas coisas já serão o bastante para sua criação. Acho que somente com nível consideravelmente alto é que é possível chegar a este 'estado ideal'."
De acordo com Tan, as pinturas abstratas expressam sentimentos profundos. Com papel e corante, o mundo começa a se fundir com sua pintura. Suas obras podem expressar tudo que ele quer dizer, e os espectadores podem distinguir imediatamente que essa obra é parte de sua criação. É difícil chegar a esse nível, de ter seu estilo reconhecido antes de ser aprendido – mas Tan disse que vai tentar.
(por Chen Ying)
De acordo com Tan, seus sentimentos são muito mais complexos do que a sua aparência simples sugere. Ele nunca está plenamente satisfeito com seu trabalho e sempre procura expressar seus sentimentos de forma mais livre em suas obras.
Em 1980, Tan entrou para o Departamento de Gravura da Academia Central de Belas Artes. Vindo de Chengde, uma cidade pequena no norte da China, Tan Ping chegou à capital do país, Beijing, como um estudante universitário de espírito rebelde. Ele sempre tinha ideias diferentes de seus colegas. O ensino acadêmico enfatizava o estilo prático e garantia o treinamento básico necessário. Nas aulas de croquis, os estudantes precisavam desenhar o mesmo objeto ou modelo durante semana, até mesmo meses, para reajustar estrutura, uso de cores, luzes e composição, o que era bastante monótono. O aspirante a pintor começou a questionar: o que são realmente os croquis? Em 1987, ele participou de um concurso de croquis com três obras feitas da observação de sacos de rede e gaze.
"O que são croquis? Acho que são esboços em branco e preto. Então, segundo esse conceito, muitas coisas pertencem à família dos croquis. Fiz três obras a partir das imagens de uma rede. Copiei sacos feitos de rede e gaze e, depois, rabisquei as formas. As obras parecem pinturas impressas, mas, de fato, foram feitas à mão. O meu trabalho foi o destaque do concurso."
Nos anos 1980 e 1990, Tan experimentou o uso da abstração na gravura. Em 1998, ele foi estudar na Alemanha e viu como era o ensino de Belas Artes no ocidente.
"Quando estudava na Alemanha, as aulas práticas eram dividas em diferente períodos. Eles tinham conceitos totalmente diferentes do que é ensino. Por exemplo, praticávamos desenhar modelos em movimento, a estrutura humana, e até pintar acompanhando a música. Quando a música aumentava o ritmo, todos tinham que desenhar com mais velocidade, como loucos."
As pinturas de Tan se tornaram mais livres e, ainda que ele tenha formado seu próprio estilo artístico, o jovem pintor pôde sentir a solidão que vem com a vida de artista. Ele disse que a arte abstrata é um dilema, porque as obras reconhecidas pelo público são as que provavelmente faltam de características únicas. Mas, quando você cria algo de estilo único, você precisa aprender a aceitar a solidão, pois pouca gente o reconhecerá como um bom artista.
Na opinião de Tan, a arte abstrata é o entendimento da vida, e seu conhecimento do mundo vai definir seu caminho dentro da área. Se ele esquecer a vida original, suas obras vão perder o espírito e o encanto. No seu livro " A história do crescimento", ele usa fotos lindas e palavras simples. A publicação é material de ensino para estudantes da Faculdade de Design. Alguns internautas o consideram como "o livro mais bonito de todos os tempos". Tan explicou:
"Alguns designers sempre prestam mais atenção ao mundo de fora e à vida; o que os outros precisam, o que é a beleza, entre outros questionamentos. Mas esses profissionais dificilmente pensam sobre si próprios. Quais são suas próprias opiniões sobre o mundo, o que faz deles únicos e como é sua vida. Sem um entendimento profundo de si próprio, sua compreensão sobre o mundo não é original. Um ponto indispensável de ser um designer verdadeiro é que você precisa conhecer completamente a si próprio."
Algumas pessoas dizem achar que as obras de Tan demonstram a inteligência, a meditação e o pensamento orientais. Em 2008, Tan realizou uma exibição ao lado de um artista de gravura alemão, além de realizar a exposição "Dor e Conforto" em Beijing, na qual mostrou seus entendimentos sobre a arte e a vida.
"O que parece mais simples nas obras são realmente as partes mais difíceis. A criação artística é também uma criação psicológica. A pintura é como um estranho: no início, você quer colocar muitas coisas no papel, mas depois vai pintar cada vez menos, até que poucas coisas já serão o bastante para sua criação. Acho que somente com nível consideravelmente alto é que é possível chegar a este 'estado ideal'."
De acordo com Tan, as pinturas abstratas expressam sentimentos profundos. Com papel e corante, o mundo começa a se fundir com sua pintura. Suas obras podem expressar tudo que ele quer dizer, e os espectadores podem distinguir imediatamente que essa obra é parte de sua criação. É difícil chegar a esse nível, de ter seu estilo reconhecido antes de ser aprendido – mas Tan disse que vai tentar.
(por Chen Ying)