E nós não nos apercebemos disso?
Nós, estranhamente, não nos apercebemos. Os nossos empresários diziam que a nova situação iria abrir mercados. Abriu mercados mas para os outros. E não havia taxa de câmbio que resolvesse isto. Os números mais próximos dessa fase vêm de 1995. O país que tinha o salário médio mais alto era a República Checa, que era 35% do salário médio português. Ora, não há taxa de câmbio que resolva isto. Tínhamos de reestruturar a economia.
E ao contrário de 1974, tínhamos investido em educação, em infraestruturas, em energia, em saneamento, que tinham criado as condições para outro tipo de competitividade. Mas tínhamos de ter percebido isso. Tivemos dez anos, após 1995, para nos ajustarmos ao fim do acordo multifibras e praticamente só demos por isso em 2005. A alternativa à taxa de câmbio foi o euro.
O que é que nos deu? Por um lado, uma restrição — sabíamos que a partir daí não podíamos andar a mexer na taxa de câmbio nem na política monetária —, mas, por outro lado, deu-nos um acesso a financiamento com que nunca tínhamos sonhado antes.
E ao contrário de 1974, tínhamos investido em educação, em infraestruturas, em energia, em saneamento, que tinham criado as condições para outro tipo de competitividade. Mas tínhamos de ter percebido isso. Tivemos dez anos, após 1995, para nos ajustarmos ao fim do acordo multifibras e praticamente só demos por isso em 2005. A alternativa à taxa de câmbio foi o euro.
O que é que nos deu? Por um lado, uma restrição — sabíamos que a partir daí não podíamos andar a mexer na taxa de câmbio nem na política monetária —, mas, por outro lado, deu-nos um acesso a financiamento com que nunca tínhamos sonhado antes.