Em 2011, podíamos ter tido outro tipo de resgate?
É claro que podíamos ter tido outro. A maior falha foi não se ter reconhecido que o nosso problema não era financeiro de curto prazo, era antes um problema estrutural da economia. E esse problema vem a acumular-se desde há muitos anos. Quando se deu o colapso da União Soviética o mundo mudou, e mudou em particular para Portugal, porque o mecanismo que tínhamos de concorrer pelos salários baixos morreu aí. Os salários dos países de Leste eram muito mais baixos do que os nossos, a capacidade e as qualificações eram mais elevadas e a situação geográfica nem se fala.