No primeiro pedido de ajuda internacional, em 1977, o país estava à beira da rutura de pagamentos.
Quando se deu o 25 de Abril, o banco tinha uma reserva importante em ouro e divisas. A reserva em divisas gastou-se em menos de um ano. Quando Silva Lopes chegou, chamou a equipa do MIT, que nos veio ajudar. Há um ocasional paper de Hans Schmidt (que liderava a missão do Fundo) que diz que esse primeiro programa foi um grande êxito, que era uma coisa excecionalíssima, porque os programas do FMI, sobretudo na América Latina, falhavam todos e criavam grandes atritos de vária ordem. E ele explicava-o como sendo uma ideia do Fundo, mas não foi. Quando o Fundo chegou, todos os instrumentos que vieram a permitir que o programa funcionasse já estavam a ser postos em prática e o grande mentor disso foi Rudi Dornbusch, que era um excelente economista. A conceção dos instrumentos de política monetária e cambial é dele. Foi ele que veio com a ideia do crawling peg (desvalorização deslizante do escudo), da ligação da taxa de câmbio à política monetária, já tínhamos instituído o mercado interbancário, a definição das taxas de juro, que eram todas administradas na altura, mas de uma maneira que tudo isto fizesse sentido e fosse coerente. E depois foram instituídos os limites de crédito...