No seu percurso profissional há uma pessoa que a marcou muito: José da Silva Lopes.
Era uma pessoa muito íntegra e que também ia à luta. O meu primeiro contacto com Silva Lopes foi no Banco de Portugal. Ele tinha tomado posse há poucos dias como governador, eu não o conhecia, estava no meu gabinete, toca o telefone e do outro lado ouvi dizer: daqui Silva Lopes. Queria que eu fosse ao gabinete dele discutir política monetária. Nessa altura também foi buscar pessoas ao MIT para discutir os problemas. Antes, isto era completamente impensável, porque o governador costumava estar lá no alto, no ‘altar’ e praticamente nem se via. Tivemos sempre uma relação pessoal e profissional muito boa e foi uma pessoa que admirei toda a vida, por essa integridade e pela capacidade de abertura, de discutir os problemas. Não se defendia. Às vezes discordávamos, mas isso também é positivo.