Do seu apartamento com vista para o Bugio gosta de acompanhar, através dos binóculos, as regatas e a entrada e saída dos navios. E é também do seu posto de presidente do Conselho das Finanças Públicas que observa o que se vai passando na economia portuguesa e a evolução das contas públicas.
Que significado teve para si o Prémio D. Antónia, que recebeu recentemente?
É uma coisa simpática porque a personagem em si me diz qualquer coisa. Eu nunca fui feminista, mas não há dúvida que a vida das mulheres em Portugal não é fácil. E ela foi um exemplo, no século XIX, em que tudo era difícil e em que teve de tomar conta do negócio, o que devia ser completamente excecional naquele tempo, e muito bem. Ela tinha uma visão muito prudente mas sempre virada para o futuro e para o alargamento da atividade sem depender dos favores de ninguém, o que no nosso caso não é muito habitual. Há um grande manancial de informação sobre aquela época e sobre o papel dela que devia servir de exemplo para muitas coisas neste país.