Pepe tem 33 anos e sente-se português “há quase tanto tempo” como brasileiro. Diz que esta vitória no Euro foi dele, dos outros e de um povo humilde e com capacidade de sacrifício que ultrapassa as dificuldades porque acredita.
Agora que já passou, esperavas mesmo que Portugal conseguisse ganhar o Euro? E tens de dizer a verdade.
Bom [risos], vamos lá a ver. Eu pensava, sim, que íamos passar a fase de grupos e acreditava que podíamos chegar longe, mas pensar em vencer o Euro foi uma coisa que me apareceu mais tarde, depois do jogo com a Polónia, que, para mim, foi o mais difícil. Podem falar o que quiserem, mas os polacos eram muito bons, muito cínicos, tinham dois ou três movimentos coletivos perigosos. Por outro lado, posso garantir que o nosso mister [Fernando Santos] nos deu a tranquilidade para acreditarmos nisso desde o início. Não vou fazer comparações, mas o Fernando Santos, pela experiência que tem de seleções, é um bocado diferente, tem mais experiência. Ainda me lembro da primeira conversa dele: “Eu vim para cá, vamos qualificar-nos, vamos ganhar o Euro.” É preciso não esquecer que vínhamos daquele Mundial, OK?, de uma situação difícil. E, de repente, o treinador chega lá e diz aquilo.