A Primeira Guerra Mundial trouxe profundas mudanças à arte militar. Adotaram-se novos tipos de armamento e novos métodos de combate. Desapareceram as linhas de atiradores e surgiu a organização da infantaria em grupos de combate, que atuavam como arma coletiva de grande cadência de tiro. A introdução dos blindados, dos gases de combate e da aviação militar revolucionou completamente as características do campo de batalha. O emprego dos serviços em campanha, permitindo apoiar em períodos prolongados grandes efetivos que consumiam munição e outros suprimentos em escala nunca vista; a organização do terreno nas frentes estabilizadas e as novas técnicas de estado-maior – tudo isso tornava obsoletos os exércitos anteriores ao grande conflito.
O Brasil, mesmo antes de terminada a Primeira Guerra Mundial, percebeu o significado da modernização de seu Exército. Muito se discutiu sobre a conveniência da vinda de uma missão de técnicos militares europeus para promover essa remodelação.
No governo Delfim Moreira, sendo Ministro da Guerra o General Alberto Cardoso de Aguiar, resolveu-se contratar uma Missão Militar Francesa. A decisão quanto à nacionalidade da missão explica-se facilmente: o Exército francês fora vitorioso na guerra, tendo alguns elementos do Exército brasileiro lutado junto com os franceses; além disso, os laços culturais do Brasil eram muito mais fortes com a França do que com qualquer outro país.